sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Partir em viagem

[depois da estrada 01] Esta viagem foi feita de carro com meios reduzidos ao mínimo essencial, durante cinco dias contínuos, de sol a sol, sem qualquer desvio para abastecimento alimentar. As noites foram passadas no campo, junto à estrada. 

Os pressupostos da partida são claros: juntar duas linhas de simplicidade e coerência. Uma viagem de baixo custo e um país interior, generalizadamente pobre, em processo de desertificação humana. Irei encontrar campos agrícolas agora ao abandono, ou florestados com a monotonia de um verde seco “industrial”. Sabemos que é impossível, nem seria desejável, voltar atrás, ao tempo das mãos na enxada em jornadas duras e intermináveis. Temos saudades da imagem de um país trabalhado pelas mãos calejadas dos agricultores, mas não temos saudades desses ofícios. A transformação do espaço é uma inevitabilidade. Foi sempre assim. A paisagem nunca foi estável, tal como nunca foi estável o clima. As transformações são agora muito mais céleres. No período de uma vida humana percebemos uma mudança que não seria tão evidente para os nossos antepassados.

 

Plano de estudo para o livro, divisão da viagem em capítulos e sub-capítulos.

 

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