segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Centro Português de Serigrafia

No passado dia 25 de setembro foi aberta a exposição O Tempo das Imagens III - 35 anos do Centro Português de Serigrafia, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa. Há uns meses tinha sido desafiado a fotografar o espaço de impressão do Centro Português de Serigrafia. A essa seleção de imagens “oficinais”, recentes, juntei um outro conjunto de fotografias do meu arquivo pessoal. São imagens das gravuras rupestres do vale do Côa. Para estabelecer a ponte entre os dois núcleos de fotografias escrevi um pequeno texto:


Memória e futuro


As gravuras rupestres de Foz Côa são singulares representações de vida e de tempo. Nelas estará a essência da imagem como forma primeva do que atualmente chamamos Arte. O desejo de aquisição do representado, o sublime da linguagem que se desprende da consciência quando nos apercebemos da finitude da vida. 


No espaço oficinal do Centro Português de Serigrafia encontramos, dezenas de milhar de anos depois de Foz Côa, a mesma procura da imagem, em processos que, de algum modo, são já arcaicos. Hoje tudo parece poder ser feito num computador. Mas aqui permanecem os rastos e os restos da tinta, a matéria, os objetos de um labor que nos falam da demora, do tempo da construção das imagens. É a expressão do significado, simultaneamente aberto e difuso, do interminável desenho da memória e do futuro.

 

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. 25 de setembro de 2020

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. 25 de setembro de 2020

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. 25 de setembro de 2020

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. 25 de setembro de 2020

 

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