[agora 03] Mais de 30 anos de viagens por Portugal, quase sempre em solitário. Centenas de noites sob a abóbada celeste, a contemplar as estrelas nas noites frias, nalguns dos mais inacessíveis lugares do nosso país. Caminhadas demoradas entre o gelo da montanha branca e os mais tórridos estios de sombras ausentes. Tudo, tudo sem nunca ter sentido a presença ou a necessidade de uma divindade, fosse ela qual fosse. Olhamos em redor, em tudo há indeterminação, tempo que passa, infinito. Olhamos em frente, respiramos o ar da montanha, aqui. Continuamos a caminhada, o desenho de uma arquitetura, a construção do sentido de si.
Serra da Estrela, 19 de fevereiro de 2018 |
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