[agora 07] Trabalhamos incansavelmente na descodificação da morte. Se a juventude, na sua demora, nos parece mostrar a imortalidade, o avanço no tempo da nossa existência, vai-nos revelando um fim do qual estamos em aproximação. Ao contrário do que prometem religiões, não haverá eternidade. O paraíso será também uma inexistência. A conquista do vazio, daquela que parece ser a ausência de sentido da própria vida, para além da sua materialidade e do seu carácter biológico, poderá ser uma fascinante base para a “escrita” de uma narrativa, necessariamente evolutiva.
Serra da Estrela, 19 de fevereiro de 2018 |
Quando é que publica qualquer coisa sobre o silêncio, a paisagem e a meditação? Material e vivência não lhe faltarão.
ResponderEliminarCaro Albertino, tenho pensado nisso, na possibilidade de publicar algo sobre o silêncio, sobre o viajar demorado pelo nosso país. Não tenho ainda nada de concreto mas conto avançar assim que encontre uma oportunidade.
EliminarMuito obrigada, Duarte... pela dádiva da partilha deste dom de saber "ver" a vida, o mundo, o humano... Um beijinho desde a ilha! :-)
ResponderEliminarMuito obrigado, Ana. Um beijinho
EliminarAndas muito céptico, Duarte. Não me parece que haja esse vazio. Mesmo se recorrermos apenas aos argumentos científicos que hoje dispomos existe uma corrente genética da qual fazemos parte. Como o sentido em que nos encontramos veio de longe e chegará longe, mesmo no ponto de vista meramente evolucionista. Do ponto vista, religioso, étnico ou cultural o sentido também existe e é relativamente fácil de provar (digo eu).
ResponderEliminarCaríssimo Luís Miguel, eu não ando cético! Defendo uma visão do mundo com convicção. Do ponto de vista cósmico, aquilo que acontece na Terra, a vida, não faz sentido. É uma invenção deste lugar e certamente que existirá, mais ou menos complexa, noutros planetas, na nossa ou noutras galáxias. Sem dúvida que transportamos uma memória genética muito antiga, e, aí, não há vazio.
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