[pst 252] "Esta Cadeia Civil, onde Camilo cumpriu pena e escreveu páginas que honram o nome dele e o nosso, tem não sei o quê de monumento desavindo com os tempos, porque a prisão ali assombra mais do que comove. Parece que assistimos a uma reconstituição histórica, ao deparar com o casarão barroco, habitado por comadres faladoras e vadios azarentos que desempenham um papel no drama de Pimpinela Escarlate. E, ao mesmo tempo, isto de o prisioneiro participar tão vivo da vida comum, de conviver com a cidade, de consumar sem ânsia a sua sentença, de poder usar de mofa ou de crítica perante o que acontece na rua, isto é fascinante, verdadeiramente inesperado e fascinante". (Agustina Bessa Luís, O Manto).
Cadeia da Relação — Porto. 18 de abril de 1990 |
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