quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Incerteza evolutiva

[Castelo Branco 08] O que me parecia certo é que o preto e branco que na altura fazia não apresentava uma perspetiva evolutiva. Era um processo que, para mim, atingira um ponto limite. Tudo o que dali para a frente fizesse era repetição. As imagens eram, aparentemente, fáceis, bonitas, mas não havia desafio. Era um processo por mim dominado em todos os seus passos. O preto e branco tem uma beleza própria, é sedutor, esvazia o fotografado de uma parte substancial do seu ruído, da sua estranheza. Parece representar um mundo que se perdeu, a memória de uma infância feliz a que não se regressa que não seja por essa ponte imaginária da escala de cinzas.

Castelo Branco. 2015

Salvaterra do Extremo. Idanha-a-Nova. 2003

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