Castelo de Vide. 2011 |
[Viagens. Paisagens 19] O porquê de um elevado número de fotografias? Esta é uma questão que várias vezes me tem sido colocada. A resposta nem sempre é fácil, mas depois de alguns anos de reflexão sobre um ato que eu próprio vou olhando de forma diferente ao longo do tempo, tento alinhar uma resposta. Essas palavras estão no âmago do meu processo de trabalho, da sua natureza mais específica e diferenciadora. Poder-se-ia pensar que essa metodologia, de um elevado número de disparos, decorre diretamente da necessidade de depois escolher uma fotografia que seja melhor que as outras. De alguma forma, este aspeto não deixa de ser verdade, mas há faces desta postura que são muito mais relevantes. Há diálogo com a terra, com o mundo exterior, como processo demorado e continuo de leitura de um espaço. Há quase que uma dança, um movimento performativo, num determinado espaço, que pode ter as mais diversas extensões. Pode ser em torno de um penedo, de uma micro-paisagem, como pode ser uma serra ou uma cidade.
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