Ribeira do Campesinho. Pitões das Júnias. 2012 |
[Gerês 8] Não tanto pelo aspeto da queda d'água, que no verão não é mais do que um reduzido fio de água, mas por um conjunto de penedos que se encontram na sua base, a cascata de Pitões marcou, há mais de vinte anos, a minha forma de olhar a paisagem. É a continuidade ininterrupta de um caminhar que vai descobrindo o espanto sempre renovado dos lugares. Esta diversidade, de alguma forma oculta, é a maior singularidade do espaço hoje Portugal. O acesso a este lugar é feito subindo o ribeiro do Campesinho, numa sucessão de patamares ladeados por uma densa floresta de carvalhos. Depois chegamos a esse "depósito" de pedregulhos, como uma sala, que encerra ambiguamente qualquer coisa de misterioso, qualquer coisa de destruição como que provocada uma batalha passada, imemorial, entre elementos poderosos e inomináveis. É a luta de espaço e tempo, da sucessiva transformação da matéria, a síntese da génese de um planeta que é moldado por um diálogo de erosão.
Ribeira do Campesinho. Pitões das Júnias. 2012 |
Penedos da Cascata de Pitões. Pitões das Júnias. 2012 |
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