[três viagens 08] Parto de Viseu, de madrugada. O dia amanhece nublado. A primeira paragem é na praia de Mira, onde é visível a erosão oceânica, fazendo recuar o areal. Não deixo de fotografar os passadiços que sobrevoam as dunas. Uma solução cada vez mais usada em muitos lugares como uma espécie de praga que parece ter como efeito levar as pessoas onde elas não iriam. Prossigo viagem para Montemor-o-Velho, onde fotografo, sobretudo, o vale do Mondego e o espaço que medeia entre o rio e a elevação onde está implantada a antiga vila medieval. Subo o curso do rio pela estrada que foi desenhada na sua margem direita. Não chego a entrar em Coimbra. Fotográfo a cidade a partir de Santa Clara, de início num terraço de uma área residencial relativamente recente, depois do adro em frente ao convento de Santa Clara-a-Nova. Impressiona a continuidade urbana que se espraia por ambas as margens do Mondego. Prossigo para Pombal, pela Estrada Nacional Nº1. O que tento fixar é mesmo um aspeto desta estrada, a rotunda a norte da cidade. Numa reflexão sobre a paisagem portuguesa não poderiam deixar de estar presentes as rotundas, uma marca urbana tão vincada em vilas e cidades de média dimensão.
Praia de Mira, 2022
Montemor-o-Novo, 2022 Santa Clara, Coimbra, 2022
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