[esporão 50] Não sou enólogo nem tão pouco um consumidor regular de vinho, não deixando, no entanto, de ser um apreciador deste tão fiel espelho da terra, quando trabalhado por mãos sábias. O pão, o azeite e o vinho são elementos chave de uma civilização, de uma diferenciação, de uma cultura. Um modo de vida, uma postura perante a terra, o não querer abdicar desta matriz, que não é de arcaísmo, mas de lealdade a um modelo civilizacional que funda num passado remoto, um desejo de futuro equilibrado, integrado na natureza. É o assumir e compreender que, enquanto não nos for possível partir para a colonização de outros corpos celestes, é deste planeta Terra que dependemos para continuar um sonho humano civilizacional, um mundo melhor para os nossos filhos, sobretudo para todos os seres vivos com quem partilhamos terra e mar. Deitados no solo, em campo aberto, em noite estrelada, olhamos o infinito próximo.
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 15 de novembro de 2016 |
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