terça-feira, 7 de junho de 2016

Desinvestimento progressivo

[pocinho-côa 6] Um desses “mundos”, umbilicalmente ligado ao Douro, é o rio Côa, que nasce na serra das Mesas. Nesta caminhada apenas percorremos o troço ferroviário estrelas as estações do Pocinho, atualmente estação terminal da Linha do Douro, e a estação do Côa, junto à foz daquele rio. Seguidamente visitámos o Museu do Côa, onde se encontra muito bem representada e exposta a interpretação da arte dos gravadores do vale ao longo de milhares de anos. Esta obra, o Museu, nasceu do fim da barragem. De então para cá houve um  desinvestimento progressivo, por parte do governo da República, na região, naquele extraordinário complexo cultural. Esta é a imagem, tantas vezes repetida, de tentativas de investimento pontuais no interior do país. Nunca houve, nunca foi tentada, uma política baseada no conhecimento da Terra, na interpretação do território, nas leituras do seu significado, nas relações topológicas entre lugares próximos ou distantes. Talvez esteja no entendimento da terra, dos seus valores, nos seus habitantes, uma das chaves mais sólidas e sustentáveis de um futuro benigno, respeitador de uma integração humana num espaço que não é nosso, mas de uma complexa rede de seres de outras espécies de que dependemos também. A história do Vale do Côa conta-nos, de forma viva, passos importantes da evolução humana, desde os primeiros traços, até à atualidade.
Réplica de gravuras rupestres. Museu do Côa. Vila Nova de Foz Côa. 2016

Museu do Côa. Vila Nova de Foz Côa. 2016

Museu do Côa. Vila Nova de Foz Côa. 2016

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