terça-feira, 31 de outubro de 2017

Miradouro — Mosqueiro

[pst 353] O ribeiro das Casas da Zebreira, afluente do Zêzere, cavou um vale profundo que atravessou o alinhamento quartzítico da serra do Moradal, entre Sarnadas de São Simão e Vilar Barroco. Junto à estrada um pequeno promontório define um miradouro sobre esta paisagem.

352. Miradouro — Mosqueiro, Vilar Barroco. Oleiros. 31 de agosto de 1996

Calçada — Penha Garcia

[pst 352] A aldeia de Penha Garcia foi erguida a sul de uma portela da serra de Penha Garcia. Na cumeeira do lugar existiu um castelo e, para norte, uma calçada antiga acede às margens do rio Ponsul que nasce ali próximo. Aí, no seu acentuado declive, foi construída uma série de moinhos de água.

351. Calçada — Penha Garcia. Idanha-a-Nova. 13 de agosto de 1996

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Miradouro de Santo António

[pst 351] Desde as terras férteis da Cova da Beira aos solos cerealíferos da Idanha, passando pelo Pinhal, a oeste da Beira Baixa, encontramos tipos diferenciados de paisagem. Todas pouco povoadas, mas o Pinhal é, sem dúvida, a área mais abandonada, mais marcada pela emigração das suas gentes para paragens distantes. Do alto de um miradouro contemplamos este lugar vasto de verde seco.

350. Miradouro de Santo António, Gargantada. Mação. 31 de agosto de 1996

domingo, 29 de outubro de 2017

Castiça, Monforte da Beira

[pst 350] Pouco a sul de Monforte da Beira, antes de encontrarmos o Tejo, deparamos com uma terra extremamente seca, nua e pobre, onde apenas crescem, espaçados, alguns tufos de giesta ou árvores ocasionais. É já uma paisagem das terras quentes do Sul onde o Verão mediterrâneo se faz sentir com toda a sua intensidade.

349. Castiça, Monforte da Beira. Castelo Branco. 23 de agosto de 1995

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Ponte do IP 5 sobre o Côa

[pst 349] Os tempos modernos penetram lentamente esta região periférica em relação às regiões mais desenvolvidas de Portugal. Mesmo na Beira, longe das cidades maiores, como a Guarda ou Viseu, apenas os eixos viários de circulação rápida, enunciam uma outra escala dos trabalhos dos homens, formas poderosas de intervenção na paisagem.

348. Ponte do IP 5 sobre o Côa. Almeida. 6 de agosto de 1989

sábado, 21 de outubro de 2017

Cancho Só — Serra das Mesas

[pst 348] (...)"o maior relevo da serra das Mesas, [é] um monte granítico cujas rochas têm aspecto de jazida e formas muito curiosas: espalhados a esmo, blocos graníticos arredondados, piriformes, quadrangulares, de feitio de pirâmides ou atarracados, mas quase sempre encimados por chapéu ou prancha horizontal. Estas rochas largas e pouco espessas que assentam em qualquer bloco e às vezes sobre outras da mesma forma (queijeiras) dão o aspeto da superfície das mesas retangulares, circulares ou mesmo elipsóidais, com fundas alterações devido aos agentes meteóricos: vento, gelo, geada, neve e também chuva". (Carlos Alberto Marques, A Bacia Hidrográfica do Côa). Serra de transição entre a Beira e a Beira Baixa, é também lugar atravessado pela linha de fronteira entre Portugal e Espanha.

347. Cancho Só — Serra das Mesas, Foios. Sabugal. 25 de julho de 1995

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Serra da Estrela

[pst 347] "O pastor quase-bárbaro dessas cumeadas da serra a topetar com as nuvens (1800 m a 2000 m de altitude), abordoado ao seu cajado, vestido de peles, seguindo o rebanho de ovelhas louras, é talvez o descendente dos companheiros de Viriato. Por essas eminências, tapetadas de relva no Estio e de neves no Inverno, nem as vilas nem as árvores se atrevem a subir: só o pastor nómada as habita. Do alto do seu trono de rochas vê gradualmente ir nascendo a vida pelas encostas: primeiro o zimbro, rasteiro e roído pelo gado, circunda os altos nus; logo aparecem os piornos, as urzes brancas, os carvalhos; depois, já a meia altura da encosta, os castanheiros, as lavouras, os enxames de aldeias; afinal, na extrema baixa, o lençol de lagunas, o tapete de esmeraldas engastadas em fios brilhantes, que o sol faceta ao espelhar-se no labirinto de canais". (Oliveira Martins, História de Portugal). Este quadro romântico não corresponde à realidade mas sugere o carácter poético da serra. Ainda hoje, se nos afastarmos das estradas entretanto construídas, continuamos a encontrar nas marcas do pastoreio, os únicos vestígios construídos, na cumeeira da serra.

346. Serra da Estrela, Penhas da Saúde. Covilhã. 1 de março de 1996

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Muro com inscrições, Malhada Sorda

[pst 346] Nestas terras abunda o granito em lages compridas e delgadas.  Vai ser assim aplicado não apenas em muros, mas também na construção de paredes de casas rurais. Nas paisagens de Malhada Sorda e Nave de Haver encontramos, por vezes, em muros marcas de cristianização. Desenhos gravados na superfície texturada da pedra dura.

345. Muro com inscrições, Malhada Sorda. Almeida. 27 de julho de 1996

sábado, 14 de outubro de 2017

Cruzeiro, Ínfias

[pst 345] Acontecem um pouco por todo o País, mas nas imediações de Fornos de Algodres há uma quantidade invulgar. São cruzeiros que assinalam o lugar onde alguém morreu. Quando localizados na berma da estrada recordam geralmente uma morte causada por um acidente de viação. No mesmo cruzeiro podem ser referidas várias pessoas. Mas a morte repentina de Aurélio Fernandes, aos dezoito anos de idade, no dia 8 de Março de 1938, deverá ter tido uma causa diferente.

344. Cruzeiro, Ínfias. Fornos de Algodres. 27 de fevereiro de 1996

Espigueiros — Pendilhe

[pst 344] O princípio que rege a sua construção é o mesmo utilizado nos mais conhecidos espigueiros do Minho, particularmente do Soajo e do Lindoso, mas o seu aspeto é diferente. Não têm aqui o ar perene nem as esmeradas cantarias em granito. Construídos em madeira, com cobertura de telha, apresentam uma imagem mais frágil, delicada e pobre que os seus congéneres dos milhos mais viçosos e abundantes do norte do País.

343. Espigueiros — Pendilhe. Vila Nova de Paiva. 19 de agosto de 1996

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Castro do Tentinolho

[pst 343] O lugar, granítico, tem características ermas e serranas; no entanto, deve aqui ter existido uma vida intensa, que deixou alguns vestígios. Ainda são percetíveis alguns troços de muralha que lembram a existência de uma antiga e poderosa estrutura castreja. O seu ponto culminante ultrapassa os 1000 m de altitude e a vista que daí se alcança sobre o vale do Mondego é grandiosa.

342. Castro do Tentinolho. Guarda. 29 de fevereiro de 1996

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Loriga

[pst 342] Loriga, a meia encosta da serra da Estrela, deve um desenvolvimento próspero ao sítio da sua implantação no último afloramento granítico antes da ribeira penetrar nos xistos de solos inférteis. Embora o vale seja de declive bastante acentuado, obrigando à construção de socalcos, a jusante da aldeia, para possibilitar os trabalhos agrícolas a água é abundante, permitindo assim o desenvolvimento dos lacticínios, bem como dos lanifícios. Para uns e outros muito contribuem os pastos de altitude da serra, que se mantêm verdes durante a estação seca.

341. Loriga. Seia. 26 de junho de 1996

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Celorico da Beira

[pst 341] Celorico da Beira desenvolve-se no sopé do morro do castelo, de onde se obtém uma vista de conjunto da urbe. Deve a sua implantação à posição estratégica do lugar onde se juntam as estradas vindas de Coimbra e de Viseu, para contornar o obstáculo da serra da Estrela, em direção a Espanha.

340. Celorico da Beira. 28 de fevereiro de 1996

domingo, 8 de outubro de 2017

Viseu

[pst 340] "Com raízes que remontam aos tempos pré-romanos, foi com o Império que Viseu teve a primeira afirmação de centralidade, mas será a estabilidade de um milénio de domínio portucalense-português que conferiu a Viseu um ritmo de desenvolvimento calmo e equilibrado, ganhando as funções à medida que o território envolvente, com suas vilas e aldeias, e a cidade o iam justificando. Assim, foi muito cedo sede de bispado e teve sempre um lugar importante na gestão dos destinos da Beira (...). Viseu soube crescer, lentamente, com solidez, e enriquecer: senhorial, clerical e burguesa. Desses passados ficaram as marcas e o património valioso, na arquitetura, na pintura e no próprio desenho da cidade". (Jorge Gaspar, As Regiões Portuguesas).

339. Viseu. 27 de fevereiro de 1996

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Guarda

[pst 339]
Ay eu coitada
Como vivo en gran cuidado
por meu amigo
Que ei alongado !
Muito me tarda
O meu amigo da Guarda !
Ay eu coitada,
como vivo en gran desejo
Por meu amigo
Que tarda e não vejo!
Muito me tarda
O meu amigo da Guarda!
                                                        
                                                                                          D. Sancho I

A cidade da Guarda foi fundada por D. Sancho I, no ano de 1199 para fazer frente à fronteira castelhana. Situada na extremidade nordeste da serra da Estrela, é a cidade de mais elevada altitude de Portugal.

338. Guarda. 29 de fevereiro de 1996

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Vimieiro, Santa Comba Dão

[pst 338] De uma família de pequenos agricultores, António de Oliveira Salazar nasce no Vimieiro, em 1889. Em 1926 cai a 1ª República e, no mesmo ano, Salazar assume a pasta das Finanças, de onde se demite para regressar, com novas condições, em 1928. Em 1932, ascende à Presidência do Ministério. Até à sua morte, em 1968, será o líder do governo do Estado Novo. Representa, ao mesmo tempo, a expressão dos regimes totalitários do século XX e a tentativa de conciliação  do tradicionalismo e do paternalismo estatal com a política moderna. O seu carácter severo, autoritário e económico fazem dele um caso notável do espírito beirão.

337. Casa onde nasceu António de Oliveira Salazar — Vimieiro. Santa Comba Dão. 20 de fevereiro de 1996

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Gouveia

[pst 337] É provável que tenha sido povoada pelos Túrdulos. Antes de os Mouros a terem ocupado, no século VIII, deverá ter sido um lugar luso-romano. Depois de integrada no reino, D. Sancho I, concede-lhe  Foral no ano de 1186, e atribui-lhe diversos privilégios para estimular a fixação de um lugar então desabitado. O seu desenvolvimento mais recente deveu-se à indústria de lanifícios. Mas o ciclo da lã entretanto decaiu, deixando marcas de ruína na urbanização.

336. Gouveia. 1 de março de 1996

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Trancoso

[pst 336] Gonçalo Anes Bandarra, o sapateiro-profeta, nasceu em Trancoso no início do século XVI. Ganhou alguma notoriedade no seu tempo ao anunciar a vinda de um rei encoberto, redentor da humanidade. Estava-se no reinado de D. João III e com o desaparecimento de D. Sebastião, em Alcácer Quibir, em 1578, as profecias de Bandarra vão ficar associadas ao mito do Sebastianismo e do Quinto Império.

335. Trancoso. 28 de fevereiro de 1996

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Marialva

[pst 335] Ainda no início deste século o interior das muralhas de Marialva era habitado. Mas já se desenvolviam fora de portas outros dois núcleos: um muito próximo do anterior e outro mais em baixo, junto aos campos agrícolas, às terras mais férteis. Permaneceram intactos a quase totalidade do perímetro muralhado, o castelo, a igreja, uma capela e o pelourinho. A antiga casa da câmara, as casas de habitação e a estrutura urbana, foram tomadas pela ruína.

334. Marialva. Meda. 11 de agosto de 1996

Linhares

[pst 334] A Beira é um território povoado de castelos, facto que retrata bem a instabilidade das fronteiras aquando da fundação da nacionalidade, das lutas contra os muçulmanos e, posteriormente, o seu papel na defesa contra as incursões vindas do reino de Castela. O castelo de Linhares, construído na vertente da serra da Estrela, a 810 m de altitude, com domínio sobre as terras baixas do Mondego, situado no percurso de uma antiga via romana entre Viseu e Mérida, é uma dessas fortificações que desempenhou um papel importante no tempo dos primeiros reis de Portugal.

333. Linhares. Celorico da Beira. 27 de junho de 1996

domingo, 1 de outubro de 2017

Igreja da Trindade — Pinhel

[pst 333] Pinhel, situada na margem esquerda do Côa, fazia frente à antiga comarca de Riba-Côa que Portugal apenas integrou em 1297. Desempenhou mais tarde um importante papel como praça de armas fronteiriça. No exterior da antiga muralha, a norte, construída em tempos medievais, a igreja da Trindade foi dessacralizada, tomada pela ruína, erguendo-se junto ao seu portal uma alminha.

332. Igreja da Trindade — Pinhel. 25 de julho de 1996

Anta da Matança

[pst 332] O Grupo Dolménico da Beira Alta é constituído por uma série de necrópoles, algumas delas com perto de duas dezenas de monumentos. A anta da Matança, de dimensões consideráveis, encontra-se hoje relativamente isolada, mas integrou certamente um conjunto mais vasto destas estruturas arquitetónicas funerárias, pois não muito longe do local existem outros vestígios do megalitismo.

331. Anta da Matança — Matança. Fornos de Algodres. 28 de fevereiro de 1996