domingo, 31 de março de 2019

Tempo (Universo 2/4)

[exp_fuga 09] Não vamos, não podemos descrever a natureza do tempo, nem da ausência de simetria ou a possibilidade de voltar para trás. Passado, presente, futuro na reunião de todas as cronologias possíveis. É o tempo como existência, os passos dados nas mais recuadas memórias, o presente de um diálogo com o futuro breve. Pensar a sobrevivência nas condições possíveis. Cronologias. São linhas de tempo que podem estabelecer entre si relações geométricas de afastamento, aproximação, cruzamento, desenhos diversos, curvos, sinusoidais. Duração. O prolongamento de gestos ou acontecimentos num determinado período ou a imaterialidade que continuamente se procura. Passagem. Quando tempo é espaço e espaço é tempo habitamos uma dimensão de passagem, de transição, que, simultaneamente, é ausência de si. Aqui, sem termos essa perceção, encontramos, verdadeiramente, a materialidade do tempo. Apreendemos o seu possível sentido.
Exposição/Fotografias: Linha de tempo, uma seleção de imagens de cada ano de trabalho e de experimentação. Poderão ser fotografias inéditas e algumas mais pessoais de momentos da vida, de pessoas que fazem parte de um processo longo, que foram passando neste movimento longo. Talvez mostrar imagens que sugiram a passagem do tempo, arqueologias, a evolução do povoamento humano sobre o território, a história das cidades. Em termos de organização de uma exposição, esta linha de registo poderá ser anterior ao ano 1982, simbolizando todo o decurso temporal, humano, até essa data. Poderão aqui também ser incluídas paisagens arqueológicas, ou mesmo “geológicas”.

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

sábado, 30 de março de 2019

Energia (Universo 1/4)

[exp_fuga 08] Uma descrição possível do fenómeno energia e das suas múltiplas formas de revelação, onde todas as transferências estão contidas. Movimento, relação, transposição, troca, sistema, ordem, conversão do imaterial em objeto. É a permanente alteração dos estados da matéria para se transformarem em algo diferente de uma condição inicial. É a Indeterminação ou o desconhecido universo quântico onde pressentimos estar a explicação, o entendimento do mundo que habitamos, ou algo que nos vai revelar a indeterminação de tudo, mesmo a ausência de leis unificadoras. Força. Somos determinados por uma série de fatores e nos nossos genes estão inscritos gestos que não conseguimos identificar a origem, mas que poderá ser muito remota. Há uma pulsão que nos move, que nos empurra. Na capacidade de processamento dos computadores poderá estar a descodificação deste muito remoto passado. Motivação, fôlego, alento são como que a invenção da nossa própria circunstância. Transformação.
Como representar a energia em fotografias? Quais são as fontes de um saber? Como evoluir no pensamento que busca as formas particulares do seu próprio conhecimento? Alimentamo-nos num mundo quântico, numa miríade de pontos de luz alternados escuridão.

Exposição/Fotografias: abstração, vazio, representação do nada, silêncio. A energia presente na natureza, a força motriz do mundo. Elementos soltos, fotografias, aparentemente sem qualquer ligação entre si. A “grande” apresentação deste projeto, deste trabalho, do chão a partir do qual tudo se ergue. A presença do vento (Alento), mar, rios, fogo, florestas queimadas (Douro Internacional), mau tempo; mar ao largo do Cabo Mondego; mar em Vila do Conde; torres eólicas; moinhos de vento da serra da Atalhada (assumir que este é um trabalho de revisitação e reinterpretação, também, de fotografias antigas); Pulo do Lobo; vulcão dos Capelinhos; São Gabriel, um carro que deixa um rasto de luz na paisagem; escombreira da barragem de Foz Côa; Cabo da Roca; barragens do Alto Douro; Serra de Sicó (sinal de perigo de eletrocussão); erosão de rochas no rio Mondego (Carregal do Sal); vento na serra da Estrela; rasto deixado pelo barco entre a Madeira e o Porto Santo; Cabos de alta tensão no Douro e em Anadia.


Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

sexta-feira, 29 de março de 2019

Descrição

[exp_fuga 07] A exposição é composta por três unidades de significação — cosmos, terra, casa — que, por sua vez, se subdivide em dez núcleos — energia, espaço, tempo, matéria: caminhar, desenhar, fazer, seriar, partilhar; si — e uma linha de tempo. Os limites entre os núcleos não são definidos, e alguns deles estão dispersos ou diluídos entre outras unidades da exposição.
Cada imagem tem uma determinada autonomia, mesmo que, em determinadas circunstâncias, integre um conjunto mais vasto, como seja o diagrama central da exposição.
O plano A4 é a unidade base impressa. Todos os planos têm um código alfanumérico, de linhas (de 1 a 136) e de colunas (de a a o).
Uma linha de tempo através da qual se vai construindo uma ideia de espaço, de lugar, de comunidade, de identidade.

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

quinta-feira, 28 de março de 2019

Objetivar

[exp_fuga 06] Esta exposição FUGA apresenta uma imagem sumária do espaço português contemporâneo, onde coexistem marcas seculares de povoamento; uma representação possível do país pela fotografia;
Propõe uma leitura do tempo e do espaço de um território específico, assim como das evoluções tecnológicas no decurso de três décadas na elaboração de um levantamento fotográfico extensivo do espaço português;
Descreve o processo de trabalho, de levantamento fotográfico, em todas as suas fases da sua elaboração, desde a preparação das viagens de campo até à publicação e divulgação;
Revela o que muitas vezes não é mostrado num trabalho de investigação, como aspetos práticos e metodológicos, soluções pragmáticas para desafios quotidianos concretos;
Reafirma a fotografia como documento e como fonte de saber para o entendimento do espaço e do tempo contemporâneos;
Estimulará uma reflexão sobre a informação relativa ao espaço, arquiteturas, fotografia e desenho, como fontes documentais para o conhecimento da realidade, bem como a utilização desse saber tendo em vista a valorização social, cultural e económica de uma comunidade.

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

quarta-feira, 27 de março de 2019

Condição Múltipla

[exp_fuga 05] Partimos de um território concreto, de todos os seus lugares. Observamos as arquiteturas e a sua integração na terra vasta. Lemos mapas para extensas viagens. Reunimos informação e conhecimento. Queremos representar o espaço e o tempo, apreender sítios, redutos de defesa e afastamento a uma Natureza intacta, errática e dura. Construímos uma casa. Ao redor há uma imensa cidade por onde avançamos. Edificamos uma condição múltipla, sentido possível de existir.

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

terça-feira, 26 de março de 2019

Inscrever pontos

[exp_fuga 04] Junto ao mar, no alto das montanhas, nas cidades ou florestas, caminhamos sobre o silêncio. Desenhamos itinerários. Inscrevemos pontos no mapa, lugares que habitámos. Quando olharmos ao redor da noite e unirmos pontos cintilantes, observamos um mesmo mapa. Atlas. Arquitetura de vida. Cosmos.

Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019


domingo, 24 de março de 2019

O espaço de um país

[exp_fuga 03] O conceito de Atlas é a procura do conhecimento da terra, pois quanto melhor soubermos ler o espaço, em toda a sua complexidade, mais aptos estaremos para aquilo a que, aparentemente, estamos programados: sobreviver. Esta exposição é um mapa-mundo fragmentado. Mapa também como desenho em processo para a representação de uma cidade imaginária que da terra ergue a sua representação. FUGA é uma linha de tempo que contém o espaço de um país.

 Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019

sábado, 23 de março de 2019

Linha de tempo

[exp_fuga 02] Há uma linha de tempo que percorre toda a exposição, desde as primeiras fotografias, em 1982, até ao presente ano de 2019. Essa linha cronológica é pontuada por alguns trabalhos de referência e pela descrição das metodologias que foram sendo construídas à medida que um crescente número de imagens, hoje mais de 1.650.000, o exigia.

Ar.Co. Lisboa. 2019

sexta-feira, 22 de março de 2019

FUGA - Fazeres de Unidade para a Génese de um Atlas

[exp_fuga 01] A exposição FUGA - Fazeres de Unidade para a Génese de um Atlas é um conjunto de fotografias, textos, desenhos, mapas e outros elementos gráficos, sobre o processo de mapeamento fotográfico do território. É a descrição extensiva de um caminhar que vai da terra, do demorado contacto com o solo, à palavra. É a geografia de uma construção.

Ar.Co, Lisboa. 21 de março de 2019