quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Arquitetura

[arquivo cidade 020] A arquitetura popular tradicional mais antiga representa fragmentos de sabedoria e texturas de tempo, hoje ruínas. Formas de habitar materializadas com as pedras de xisto que são extraídas do solo, de pedreiras próximas ou da limpeza dos campos agrícolas. Paredes que se erguem como uma segunda natureza em diálogo com o mundo árduo diariamente trabalhado em registo de subsistência precária.
Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Semear cores

[arquivo cidade 019] Numa tentativa de caracterizar alguns elementos dominantes que encontramos nestes lugares, não podemos deixar de notar a presença de um mundo acentuadamente rural presente em todas as intervenções humanas naquela paisagem. Usar o solo, intervir, produzir alimentos, semear cores e formas pelas paisagens, pelos recantos possíveis dos declives das montanhas. Hoje, muitos espaços, antes trabalhados, foram abandonados, mas a vegetação mantém o seu ciclo de vida, de floração. Outras espécies se aproximam. Há vida que se ergue sobre as ruínas das construções humanas. Natureza transformada.
Sesmo, prox., Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Lisga, prox., Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

domingo, 25 de dezembro de 2016

Lisga

[arquivo cidade 018] Este território é um istmo administrativo situado entre os concelhos de Oleiros, a norte, e Proença-a-Nova, a sul. A aldeia, que em tempos passados teve um grande dinamismo económico associado à agricultura, está a quase 40 quilómetros de Castelo Branco, o que lhe ajuda a conferir um isolamento acentuado. Um dos motivos da prosperidade que o lugar teve no passado terá sido a presença de água, todo ano, numa certa abundância. Hoje a população decresceu muito, muitas pessoas emigraram. A água continua a correr na ribeira da Lisga, mas agora margina campos abandonado e ruínas de moinhos. A Natureza toma conta do lugar e forma galerias ripícolas onde a biodiversidade cresce nesta paisagem húmida. Ao redor, numa grande concha que delimita aquele sítio, vemos pinhais a perder de vista.

Lisga, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Lisga, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Lisga, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

sábado, 24 de dezembro de 2016

Pomar

[arquivo cidade 017] Acompanhando a ribeira do Alvito para montante, passamos a Pomar. O povoado tem um traçado linear ao longo de uma rua, a qual apresenta algumas ramificações muito curtas. Há uma pequena ribeira que desce de norte e que aqui próximo aflui à ribeira do Alvito. Podemos observar olivais abundantes, algumas hortas, não longe, em cotas mais elevadas, ruínas de moinhos de vento, raros nesta região.
Pomar, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Pomar, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sesminho

[arquivo cidade 016] Sesminho, no extremo sul desta área geográfica, é a mais pequena povoação do conjunto situado nas margens da ribeira da Lisga/Alvito, na zona de intervenção previamente definida. Situando-se um pouco afastada da margem da ribeira, não apresenta uma estrutura urbana clara, apenas casas dispersas entre dois núcleos separados pela estrada que vem do Sesmo e se dirige para sul.
Sesminho, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesminho, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Barra

[pst 302] Aos maus tratos e avanços do mar sobre uma orla costeira, rasa e frágil, têm os homens tentado resistir. As plantações maciças de pinheirais é um dos recursos mais arcaicos. À saída dos portos marítimos os tetraedros de betão são a imagem de hoje, de uma luta antiga contra alguém que nos é superior.

Barra. Aveiro. 20 de maio de 1996

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sesmo

[arquivo cidade 015] A aldeia do Sesmo é como que a porta de entrada neste território. Desenvolve-se a partir da proximidade da ribeira do Alvito que aqui, para montante e para jusante, apresenta solos de aluvião férteis. Dominam os olivais a par da coexistência com outras culturas e algumas hortas. A povoação é concentrada e as ruas orgânicas, adaptadas à topografia dominada por declives regulares uma vez que o local de implantação do povoado é um outeiro contornado pela ribeira. O conjunto urbano não apresenta edifícios notáveis. São visíveis casas abandonadas, várias em ruína avançada, particularmente as habitações mais antigas, com paredes de xisto e áreas exíguas.
Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Jardim Botânico — Coimbra

[pst 301] "Passeando Coimbra a certas horas do dia e da noite, é flagrante que um manto de luz sedativa a ilumina. Tanto o sol como a lua se esforçam por mantê-la numa irrealidade poética, feita do alvoroço das sementeiras e da melancolia das desfolhadas. Cenário para um perpétuo renascimento do espírito, que, além da pureza de um céu límpido e aberto, poderia ter a Grécia e a Itália reunidas na mesma colina debruada de choupos e oliveiras. Mas aproveitaram da oferenda apenas o ópio sentimentalista. E o Penedo da Meditação, a Lapa dos Esteios, o Jardim botânico e o Parque de Santa Cruz vivem perpetuamente num banho maria nostálgico que, sendo uma realidade física local, é simultaneamente a atmosfera mental do Português". (Miguel Torga — Portugal).

Jardim Botânico — Coimbra. 2 de junho de 1996

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Extremo poente de Castelo Branco

[arquivo cidade 014] Vindos de Castelo Branco, passamos a Sarzedas, sede de freguesia, e continuamos na direção poente. O povoamento humano vai-se tornando cada vez mais rarefeito. Deixamos as terras acentuadamente planas numa paisagem que agora se começa a enrugar. Um mundo que é isolado pelo próprio relevo. Descemos para o Sesmo e percebemos que há uma singularidade naquele vale. A ribeira do Alvito abre-se em terras férteis de aluvião. Este chão plano é dominado pelo olival. As árvores mais antigas falam-nos de solos há muito tempo trabalhados. Subimos a ribeira em direção a Pomar, depois continuamos para a Lisga. Observamos agora o domínio de pinhais jovens. Vemos parcelas agrícolas, muitas delas abandonadas, que nos contam a história de um tempo em que havia uma população mais numerosa e ativa a trabalhar as terras. Hoje a Natureza vai recuperando o seu território, a sua biodiversidade. A ribeira da Lisga, na “sombra” de serra do Moradal, é um mundo de vida e de lugares escondidos, um labirinto surpreendente e íntegro que nos fala silenciosamente de um mundo em transformação contínua.
Pomar. Sarzedas. Castelo Branco. 2016

Pomar. Sarzedas. Castelo Branco. 2016

Universidade — Coimbra

[pst 300] "Ainda neste ano de 1990 se recordou que foi o rei D. Dinis quem fundou a universidade há setecentos anos. Para ali fora, é certo, transferida de Lisboa, para aqui voltaria um ano mais tarde, mas D. Afonso IV mudou-a depois novamente para a capital do reino. Em 1354 voltaria para Coimbra... D. Fernando iria instala-la outra vez em Lisboa até que em 1537 D. João III a fixaria definitivamente em Coimbra. A Universidade é um brasão de armas cultural na história de Coimbra, do País e da Europa". (Luís Forjaz Trigueiros — Paisagens Portuguesas. Uma viagem literária).

Universidade — Coimbra. 2 de junho de 1996

domingo, 18 de dezembro de 2016

A sombra do Moradal

[arquivo cidade 013] Na sequência da exposição na Casa-Estúdio Carlos Relvas, na Golegã, mas em tudo independente desta, houve a exposição, e apresentação pública, do trabalho “A Sombra do Moradal  - uma viagem pelo extremo poente de Castelo Branco: Sarzedas, Lisga, Sesmo, Pomar e Sesminho”. Resultou de um levantamento fotográfico no extremo poente de Castelo Branco, num lugar concreto da freguesia de Sarzedas. As fotografias foram mostradas no salão da Junta de Freguesia. O espaço não tem as condições ideais para uma exposição, nomeadamente por falta de iluminação adequada, mas esta foi uma experiência absolutamente marcante sobre a definição deste trabalho que persigo de divulgação do espaço português. Foi a proximidade com uma população, genericamente, sem cultura fotográfica, mas que é muito sensível à própria fotografia na medida em que fixa os traços do seu espaço de habitar e assim contribui para a afirmação de uma identidade própria.
 
Serra do Moradal, Sarzedas, Castelo Branco. 2016
 

Coimbra

[pst 299] Do terreiro da Igreja de Santa Clara-a-Nova observamos, ao norte do Mondego, a cidade de Coimbra. Apesar do seu desenvolvimento recente, de uma urbanização irradiante, permanece bem definido o morro mais antigo da primeira capital do reino. A torre da Universidade continua a referenciar o seu espaço envolvente.

Coimbra. 2 de junho de 1996

sábado, 17 de dezembro de 2016

Aveiro

[pst 298] Este edifício, com projeto do arquiteto Fernando Távora, desempenhou um papel importante na história recente da arquitetura portuguesa. O seu desenho revela uma preocupação de inserção pouco frequente, ou mesmo inexistente, no contexto da intervenção arquitetónica em áreas urbanas consolidadas da cidade histórica portuguesa. Por um lado conformou o espaço de uma praça, por outro ofereceu uma nova frente ao principal eixo de circulação da cidade de Aveiro, permitindo, simultaneamente, a ligação pedestre entre duas plataformas desenvolvidas a cotas diferentes. Encontramos aqui uma forma de resolução de um problema de desenho de cidade que é encarado, não apenas como um belo projeto de arquitetura, desenquadrado do ambiente, mas algo em que o entendimento da cidade, e das várias tensões e complexidades em jogo no lugar, são tidas em conta para o enriquecimento de um espaço novo.

Aveiro. 20 de maio de 1996

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Fábrica de cimento — Buarcos

[pst 297] A povoação de Buarcos foi sede de concelho e, no século XVII, uma das vilas mais ricas do País. Em 1602 houve um acontecimento que não foi mais esquecido: o lugar foi assaltado por piratas ingleses que saquearam, destruíram e queimaram os cartórios da câmara onde se encontrava importante documentação sobre a história local. Actualmente a povoação já não é sede de município e uma grande fábrica de cimento, agora em ruínas — responsável, com outras ainda em funcionamento, pelas enormes crateras existentes na serra calcária da Boa Viagem —, toma parte significativa do seu espaço urbano. A civilização nem sempre consegue reordenar os escombros dos empreendimentos efémeros.

Fábrica de cimento — Buarcos. Figueira da Foz. 14 de agosto de 1996

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Pedreira — Portunhos

[pst 296] A povoação de Ançã viria a emprestar o seu nome à pedra calcária que se extrai de diversas pedreiras das imediações do lugar. O calcário de Outil é o mais brando de todos, ao qual se segue o de Ançã, para encontrarmos o mais rijo em Portunhos. A pedra, de inigualável alvura, maciez e plasticidade, viria a constituir a matéria prima do grande centro de escultura de Coimbra, ao longo de um vasto período de tempo mas, muito particularmente, durante a Baixa Idade Média e o Renascimento. Hoje a extração da pedra alva e branda continua a ser feita nas pedreiras onde existem singulares formas arquitetónicas.

Pedreira — Portunhos. Cantanhede. 2 de junho de 1996

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Costa Nova

[pst 295] A sul do canal de S. Jacinto, que liga a Ria de Aveiro ao mar, estende-se a comprida restinga da Costa Nova. As suas casas, edificadas num estreito braço de areia são mais chegadas à Ria do que ao mar. Embora o lugar seja hoje uma estância de veraneio, aí subsistem alguns arcaísmos. Encontramos construções assentes sobre estacaria de madeira, que asseguram o acesso às embarcações que cruzam os canais da superfície lagunar.

Costa Nova. Aveiro. 20 de maio de 1996

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Estação de Caminho de Ferro — Pampilhosa

[pst 294] A importância da Pampilhosa advém do seu desenvolvimento recente, motivado pelo entroncamento da linha férrea Lisboa-Porto, a mais movimentada do País, com a linha da Beira Alta. Várias indústrias de cerâmica, para construção civil, que foram implantadas nas imediações da estação.

Estação de Caminho de Ferro  — Pampilhosa. Mealhada.  2 de junho de 1996

domingo, 11 de dezembro de 2016

Palace Hotel — Curia

[pst 293] "Palace Hotel da Curia (550 quartos, o maior hotel de Portugal, diárias de 55 a 150 esc., dando a faculdade de se tomar refeições no Hotel Astória, em Coimbra ou no Palácio Hotel do Buçaco, ascensor, telef., concertos, campos de ténis e piscina de água corrente com as medidas regulamentares internacionais, (33 ×18 m.), situado a 300 m. da linha férrea, próximo da margem esquerda do Cértima e do parque da estância)". (Guia de Portugal). Assim se anunciavam as qualidades atrativas da Curia em 1944.

Palace Hotel — Curia. 14 Agosto 1996

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Buçaco Hotel

[pst 292] Em princípios do século XVII o bispo-conde de Coimbra cedeu a mata da serra do Buçaco, para que aí os Carmelitas Descalços se dedicassem a uma vida contemplativa. Os monges iriam introduzir na mata algumas espécies vegetais, que muito contribuíram para que a defesa da mata chegasse a ser objeto de uma bula do papa Urbano VIII — de 28 de Março de 1643 —, que prometia o castigo de excomunhão a quem causasse danos às árvores. Mas foi um episódio militar que mais notabilizou esta serra. Durante as invasões francesas, no dia 27 de Setembro de 1810, o general francês Massena sofreu aqui uma retumbante derrota, infligida pelo exército luso-britânico comandado por Wellington. Os franceses perdiam aqui o brilho de sucessivas vitórias anteriores e, para Portugal, escrevia-se uma gloriosa página solta da sua história, no século XIX.

Buçaco Hotel, Luso. Mealhada. 14 Agosto 1996

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ançã

[pst 291] Recebeu Foral do rei D. Manuel em 1514 e, segundo a tradição, este confirmava outro anterior entregue por D. Duarte. Ançã foi sede de concelho até ao ano de 1853. O seu pelourinho é símbolo deste antigo poder municipal. "Ançã, a terra onde eu nasci, é uma antiga vila, cheia de carácter". Jaime Cortesão foi uma figura ímpar da cultura portuguesa. Em Portugal  — A Terra e o Homem, conduz-nos, na sua escrita sublime, a uma viagem surpreendente pelo espaço e história dos portugueses.

Pelourinho — Ançã. Cantanhede. 2 de junho de 1996

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Tentúgal

[pst 290] Tentúgal situa-se nas proximidades do vale alagadiço do Mondego. É um povoado muito antigo que conserva alguns edifícios de tempos remotos. Aqui teria nascido D. Sesnando, homem de armas, governador de Coimbra, que teve um papel decisivo na reconquista cristã do século XI, na área do Mondego. A vila conserva algumas casas dos séculos XVI e XVII, uma das quais é a mais antiga casa de fabrico dos célebres pasteis de Tentúgal.

Tentúgal. Montemor-o-Velho. 14 de agosto de 1996

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Torre da Cadeia

[pst 289] A D. Pedro Afonso, filho de D. Afonso Henriques, é atribuído o povoamento de Figueiró dos Vinhos e a entrega da primeira Carta de Foral, no ano 1204. Há vagas notícias de uma destruição posterior, causada, talvez, por uma invasão almóada. Foi de novo repovoado pelo rei D. Sancho I.

Torre da Cadeia — Figueiró dos Vinhos. 2 de maio de 1996

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Castelo de Arouce

[pst 288] No castelo de Arouce — situado nos meandros serpenteantes do rio Arouce, que cava um profundo vale a baixo do ponto mais elevado da serra da Lousã —, impressionam as dimensões reduzidas do castelo e das pequenas capelas que lhe estão próximas por oposição à montanha. O sítio, invisível da planície próxima, evoca um passado de grande insegurança. O legendário rei Arouce, habitante deste lugar num tempo lendário, aí teria deixado um grande tesouro.

Castelo de Arouce. Lousã. 25 de junho de 1996

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Comunicar tempo

[arquivo cidade 012] As exposições recriam espaços vividos, são interpretações do mundo, do tempo, são arquitetura desmaterializada, são propostas de reflexão, de diálogo sobre a representação possível do espaço-tempo. São as paragens breves num caminhar ininterrupto, janelas sobre a mutação e a passagem do tempo.
Linha método. Exposição Arquivo como cidade. Golegã. 2016

Linha tempo. Exposição Arquivo como cidade. Golegã. 2016

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Convento de São Cristóvão de Lafões

[pst 287] O convento de S. Cristóvão de Lafões foi construído, na cumeeira de um promontório formado pelo rio Varoso, pouco antes de encontrar o Vouga. A sua fundação remonta ao século XII, por um grupo de ermitas que depois se filiaram na Ordem de Cister. Com o decorrer dos tempos sofreu diversas remodelações, sendo o século XVIII aquele que maior marca deixou no seu aspeto atual.

Convento de São Cristóvão de Lafões. São Pedro do Sul.  3 de junho de 1996

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Campo aberto

[arquivo cidade 011] Do centro das maiores cidades até ao alto das montanhas, o terreno é o coração deste labor e desta vivência. O conhecimento da terra será também o conhecimento de nós próprios, seja numa dimensão individual, seja numa esfera coletiva, do saber quem somos como espécie biológica moldada pela cultura.
Gerês. 1991

domingo, 27 de novembro de 2016

Avô

[pst 286] O rio Alva é dos mais importantes afluentes do Mondego. Nasce na vertente ocidental da serra da Estrela e, na profunda garganta que acompanha o pé da serra, banha a aldeia de Avô que borda as duas margens do rio, com o seu casario apertado encosta acima. Teve Foral outorgado por D. Sancho I, em 1187, e confirmado por D. Manuel, em 1514. No centro da aldeia havia um castelo que foi reconstruido várias vezes, mas com a perda da função defensiva do lugar acabaria por ser em parte desmantelado e as suas cantarias regulares empregues, certamente, noutros edifícios.

Avô. Oliveira do Hospital. 15 de março de 1996

sábado, 26 de novembro de 2016

Bibliografia liberdade

[arquivo cidade 010] Não é, aqui, neste trabalho, perseguido um objetivo definido, ou fixo, ou excessivamente especializado. Os livros transportam-nos para territórios desconcertantes através do conhecimento que veiculam. São espaços para a liberdade que nos é revelada nos mais desconexos temas a que podemos ter acesso.
Viseu. 2016

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Góis

[pst 285] Góis situa-se na margem direita do rio Ceira, a montante de uma pequena várzea, no sopé do monte Rabadão. Ainda consideradas pertencentes à Beira Litoral pela proximidade de Coimbra, as vilórias do sopé da Cordilheira Central, já possuem toda a rudeza das terras da Beira Interior. Quem de Coimbra se dirigir para Castelo Branco, inicia aqui a travessia de dois recortados alinhamentos montanhosos entre os quais corre, em vale cavado, o rio Zêzere. É uma estrada sinuosa e demorada, lugar de serranias solitárias.

Góis. 25 de junho de 1996

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Cartografia conhecimento

[arquivo cidade 009] Os mapas são uma ferramenta metodológica fundamental para o desenvolvimento de levantamentos fotográficos documentais sobre o território. São, também, como que a metáfora da possibilidade da representação e conhecimento da Terra ou aquilo que também é procurado neste trabalho com imagens, desenhos e palavras.
Viseu. 2016

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Mosteiro de Santa Maria — Lorvão

[pst 284] O Mosteiro de Santa Maria foi construído junto à ribeira de Lorvão, poucos quilómetros antes de esta encontrar o Mondego, num lugar onde confluem diversos pequenos ribeiros. A fundação do lugar, embora envolta em lendas criadas pela fantasia popular, deverá remontar ao século IX. Durante a Reconquista aí se fixa uma primeira comunidade religiosa. Durante o reinado de D. Sancho I os monges residentes foram substituídos por religiosas da Ordem de Cister. Os melhoramentos mais importantes realizados na casa religiosa foram feitos no século XII, mas obras posteriores, particularmente nos séculos XVI, XVII e XVIII, fizeram praticamente desaparecer os vestígios dos tempos medievais.

Mosteiro de Santa Maria — Lorvão. Penacova. 25 de junho de 1996

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Equipamento, ferramenta

[arquivo cidade 008] São as ferramentas de silêncio que tornam possível o registo de campo. As câmaras fotográficas são construções humanas complexas que representam muitos séculos de pesquisa continuada com o objetivo da fixação de uma imagem da realidade, como que da paragem/passagem do espaço e do tempo.
Idanha-a-Nova. 2005

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Rio Mondego

[pst 283] O rio Mondego nasce na serra da Estrela, no sítio do Corgo das Mós, a uma altitude de 1425 m. Ao fim de um curso de cerca de 240 km encontra o Atlântico no sopé da serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz. Surge de repente na região de Coimbra ao sair da áspera e pitoresca garganta que começa em Penacova. Como o nome sugere, o rio corta ali a dura rocha quartzítica do promontório onde se ergue a vila. Dali se colhem largos horizontes sobre o seu vale e as serras circundantes.

Rio Mondego — Ponte. Penacova. 25 de junho de 1996

sábado, 19 de novembro de 2016

Estúdio

[arquivo cidade 007] O espaço de trabalho é um lugar de retiro e de pausa, sobre as recolhas de imagem a céu aberto. É um lugar de pensamento, contido, reservado, por oposição ao campo. São lugares de distância e pacificação, são a micro-cidade da nossa existência. Aqui desenhamos possibilidades de comunicação, procuramos universos de sentido.
Queluz. 2005

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Penela

[pst 282] A povoação de Penela, situada no topo de uma elevação, foi um importante ponto de defesa avançada de Coimbra, aquando da Reconquista. O lugar era de fundação anterior à nacionalidade. Em meados do século XI D. Sesnando ordena o seu repovoamento após a expulsão dos Árabes. Ao longe a serra da Lousã anuncia uma paisagem diferente. 

Penela. 24 de junho de 1996