quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Convento de São Cristóvão de Lafões

[pst 287] O convento de S. Cristóvão de Lafões foi construído, na cumeeira de um promontório formado pelo rio Varoso, pouco antes de encontrar o Vouga. A sua fundação remonta ao século XII, por um grupo de ermitas que depois se filiaram na Ordem de Cister. Com o decorrer dos tempos sofreu diversas remodelações, sendo o século XVIII aquele que maior marca deixou no seu aspeto atual.

Convento de São Cristóvão de Lafões. São Pedro do Sul.  3 de junho de 1996

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Campo aberto

[arquivo cidade 011] Do centro das maiores cidades até ao alto das montanhas, o terreno é o coração deste labor e desta vivência. O conhecimento da terra será também o conhecimento de nós próprios, seja numa dimensão individual, seja numa esfera coletiva, do saber quem somos como espécie biológica moldada pela cultura.
Gerês. 1991

domingo, 27 de novembro de 2016

Avô

[pst 286] O rio Alva é dos mais importantes afluentes do Mondego. Nasce na vertente ocidental da serra da Estrela e, na profunda garganta que acompanha o pé da serra, banha a aldeia de Avô que borda as duas margens do rio, com o seu casario apertado encosta acima. Teve Foral outorgado por D. Sancho I, em 1187, e confirmado por D. Manuel, em 1514. No centro da aldeia havia um castelo que foi reconstruido várias vezes, mas com a perda da função defensiva do lugar acabaria por ser em parte desmantelado e as suas cantarias regulares empregues, certamente, noutros edifícios.

Avô. Oliveira do Hospital. 15 de março de 1996

sábado, 26 de novembro de 2016

Bibliografia liberdade

[arquivo cidade 010] Não é, aqui, neste trabalho, perseguido um objetivo definido, ou fixo, ou excessivamente especializado. Os livros transportam-nos para territórios desconcertantes através do conhecimento que veiculam. São espaços para a liberdade que nos é revelada nos mais desconexos temas a que podemos ter acesso.
Viseu. 2016

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Góis

[pst 285] Góis situa-se na margem direita do rio Ceira, a montante de uma pequena várzea, no sopé do monte Rabadão. Ainda consideradas pertencentes à Beira Litoral pela proximidade de Coimbra, as vilórias do sopé da Cordilheira Central, já possuem toda a rudeza das terras da Beira Interior. Quem de Coimbra se dirigir para Castelo Branco, inicia aqui a travessia de dois recortados alinhamentos montanhosos entre os quais corre, em vale cavado, o rio Zêzere. É uma estrada sinuosa e demorada, lugar de serranias solitárias.

Góis. 25 de junho de 1996

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Cartografia conhecimento

[arquivo cidade 009] Os mapas são uma ferramenta metodológica fundamental para o desenvolvimento de levantamentos fotográficos documentais sobre o território. São, também, como que a metáfora da possibilidade da representação e conhecimento da Terra ou aquilo que também é procurado neste trabalho com imagens, desenhos e palavras.
Viseu. 2016

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Mosteiro de Santa Maria — Lorvão

[pst 284] O Mosteiro de Santa Maria foi construído junto à ribeira de Lorvão, poucos quilómetros antes de esta encontrar o Mondego, num lugar onde confluem diversos pequenos ribeiros. A fundação do lugar, embora envolta em lendas criadas pela fantasia popular, deverá remontar ao século IX. Durante a Reconquista aí se fixa uma primeira comunidade religiosa. Durante o reinado de D. Sancho I os monges residentes foram substituídos por religiosas da Ordem de Cister. Os melhoramentos mais importantes realizados na casa religiosa foram feitos no século XII, mas obras posteriores, particularmente nos séculos XVI, XVII e XVIII, fizeram praticamente desaparecer os vestígios dos tempos medievais.

Mosteiro de Santa Maria — Lorvão. Penacova. 25 de junho de 1996

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Equipamento, ferramenta

[arquivo cidade 008] São as ferramentas de silêncio que tornam possível o registo de campo. As câmaras fotográficas são construções humanas complexas que representam muitos séculos de pesquisa continuada com o objetivo da fixação de uma imagem da realidade, como que da paragem/passagem do espaço e do tempo.
Idanha-a-Nova. 2005

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Rio Mondego

[pst 283] O rio Mondego nasce na serra da Estrela, no sítio do Corgo das Mós, a uma altitude de 1425 m. Ao fim de um curso de cerca de 240 km encontra o Atlântico no sopé da serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz. Surge de repente na região de Coimbra ao sair da áspera e pitoresca garganta que começa em Penacova. Como o nome sugere, o rio corta ali a dura rocha quartzítica do promontório onde se ergue a vila. Dali se colhem largos horizontes sobre o seu vale e as serras circundantes.

Rio Mondego — Ponte. Penacova. 25 de junho de 1996

sábado, 19 de novembro de 2016

Estúdio

[arquivo cidade 007] O espaço de trabalho é um lugar de retiro e de pausa, sobre as recolhas de imagem a céu aberto. É um lugar de pensamento, contido, reservado, por oposição ao campo. São lugares de distância e pacificação, são a micro-cidade da nossa existência. Aqui desenhamos possibilidades de comunicação, procuramos universos de sentido.
Queluz. 2005

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Penela

[pst 282] A povoação de Penela, situada no topo de uma elevação, foi um importante ponto de defesa avançada de Coimbra, aquando da Reconquista. O lugar era de fundação anterior à nacionalidade. Em meados do século XI D. Sesnando ordena o seu repovoamento após a expulsão dos Árabes. Ao longe a serra da Lousã anuncia uma paisagem diferente. 

Penela. 24 de junho de 1996

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Arquivo metáfora

[arquivo cidade 006] As recolhas fotográficas geram um arquivo progressivamente mais extenso. Não são imagens. O arquivo é a metáfora de nós próprios; nele está contida, fragmentária, toda a nossa existência; é como se aí existissem ruas, praças, avenidas, casas, ou o território de um quotidiano que todos os dias nos revela a surpresa das relações topológicas inesperadas. Ao invés de um depósito complacente e inútil, encontramos aqui matéria evolutiva, plástica.
Queluz. 2016

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Pombal

[pst 281] O castelo de Pombal ergue-se no monte de Santo Amaro, e a sua fundação, no século XII, é devida a Gualdim Pais, Mestre da Ordem dos Templários. Após a morte de D. José, em 1777, aqui se exilou o Marquês de Pombal, exonerado dos seus cargos governamentais pela rainha D. Maria. Em 1811, aquando das invasões francesas, travou-se um violento combate junto aos muros do castelo, a que se seguiu o saque e incêndio da vila. O desenvolvimento recente da urbanização está a dar-se para norte e para oeste do morro fortificado, na direção da estrada IC 1 e da linha de caminho de ferro.

Pombal. 2 de maio de 1996

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Linha arquivo

[arquivo cidade 005] A outra linha está dividida em sete capítulos relacionados com o ofício da fotografia e dos levantamentos de territórios, sobretudo Portugal. É a procura de “uma” imagem deste país. Mas existem aqui, também, pontualmente, outras geografias. É o arquivo, o estúdio, o equipamento, os mapas, os livros, o campo, a exposição.
Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. 2016

Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. 2016

Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. 2016

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Palheiros de Mira

[pst 280] Os palheiros eram habitados por pescadores e constituíam uma das formas mais características de povoamento deste litoral extenso e arenoso. Com o advento do turismo e dos banhos de mar, todos estes lugares de maresia começam a sofrer uma progressiva urbanização. As atividades piscatórias são relegadas para segundo plano, sem contudo desaparecem. Na praia de Mira os palheiros foram rodeados por outros edifícios sem um caracter definido, tornando o seu próprio espaço ambíguo.

Palheiros de Mira — Praia de Mira. Mira. 13 de agosto de 1996

domingo, 13 de novembro de 2016

Linha de tempo

[arquivo cidade 004] A linha de tempo é estruturada por uma fotografia por cada ano, a partir de 1982. São imagens desde o mais incipiente e intuitivo começo, até ao presente. É a fixação, muito sintética, de um percurso que usa, sobretudo, a fotografia como forma de relação com a realidade espacial. É a procura do significado simultâneo da terra, das construções humanas, de um caminhar em observação e leitura. 

Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã, 2016

Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã, 2016

sábado, 12 de novembro de 2016

Seca de Bacalhau

[pst 279] A freguesia de São Jacinto situa-se  a norte da Barra, no braço de areia que separa a Ria de Aveiro do mar. Para fixação das dunas e proteção da Ria contra o assoreamento. A Mata de São Jacinto foi plantada a norte da aldeia, em 1888, pelos Serviços Florestais. O povoado desenvolveu-se a partir do porto de pesca e dos estaleiros navais. No coração da aldeia permanece o recinto onde outrora era feita a seca do bacalhau.

Seca de Bacalhau — São Jacinto. Aveiro. 12 de agosto de 1996

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Faces de duas linhas

[arquivo cidade 003] As duas linhas são a face de um diálogo. O espaço exterior e o espaço interior, um imenso território e uma casa de silêncio; o tempo planetário, cósmico, e o tempo breve, nosso. O exterior é a natureza, o campo aberto; o arquivo representa as construções humanas, a tentativa para passos evolutivos firmes, a cidade que habitamos, território de fuga da natureza, primeira e intacta, que nos ergueu como espécie biológica, sobrevivente.
Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã, 2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Cais do Moliço

[pst 278] Este era um dos pontos da Ria de Aveiro mais importante para fazer a descarga do moliço. Esta alga era recolhida nos moliceiros — a mais conhecida das embarcações típicas da Ria —, e transportada para aqui, para seguir em carros de bois na direção dos campos agrícolas, onde era espalhada, como adubo. Com o aparecimento dos adubos químicos este trabalho árduo entra em declínio, tendo hoje praticamente desaparecido. O cais do moliço, composto por vários recessos de descarga perpendiculares a um dos braços daquela extensa superfície lacustre, é uma memória que ficou desta atividade.

Cais do Moliço. Vagos. 13 de agosto de 1996

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Na Golegã

[arquivo cidade 002] O Arquivo como cidade é um conceito com várias faces visíveis, é um projeto evolutivo que já foi apresentado publicamente, numa conferência no ISCTE, em Lisboa e está neste momento em exposição na Casa-Estúdio Carlos Relvas, na Golegã. As fotografias apresentadas representam duas linhas em diálogo. São duas linhas de espaço e tempo. Uma sequência temporal atravessa 35 anos de recolhas fotográficas. A outra horizontal é sobre o ofício da produção de imagens e do pensamento que as transporta.
 
Casa-Estúdio Carlos Relvas. Golegã. Novembro 2016

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Cabo Mondego

[pst 277] Numa extensão de cerca de 200 km de litoral, entre Sintra e Viana do Castelo, a serra da Boa Viagem é o único relevo de vulto que se eleva dos solos rasteiros e arenosos da orla marítima. Em dias límpidos avistam-se daqui longínquos horizontes.

Cabo Mondego (prox.). Figueira da Foz. 14 de agosto de 1996

Um arquivo como uma cidade

[arquivo cidade 001] Um elevado número de exposições feitas no passado recente, o desenvolvimento de uma proposta para um concurso, que haveria de não ter sucesso, trabalhos extensivos sobre o território e algumas conferências, levaram a algumas reflexões. Palavras e imagens que não são apenas sobre um ofício de fotógrafo, ou de arquitetura - sem o projeto de estruturas físicas a edificar - mas a dimensão da procura de uma condição de habitar a terra e de nela procurar a sobrevivência e o sentido de existir. Acumulamos informação, saber, construímos uma cidade imaginária: um arquivo como cidade.
Queluz. 1991
Queluz. 2016
Viseu. 2015

domingo, 6 de novembro de 2016

Rio Arunca

[pst 275] Idrisi, geógrafo árabe, escrevia no século XII sobre a, então já afamada, fertilidade dos campos do Mondego. Esta fertilidade era devida aos nateiros que se depositavam nos campos, no fim das cheias frequentes. Mas a própria atividade do rio levou a um progressivo assoreamento do Campo e à variação do seu traçado. No século XVIII tiveram início obras sistemáticas de regularização do leito do rio que foi preciso prolongar, em diversas fases, até à atualidade. O Mondego parece agora domado por um complexo sistema de barragens e canais artificiais. Até quando?

Rio Arunca, Verride. Figueira da Foz. 14 de agosto de 1996

sábado, 5 de novembro de 2016

IP 5 — Aveiro

[pst 276] A via rápida IP 5 é das estradas mais importantes da rede viária nacional. Liga transversalmente as principais estradas portuguesas, nomeadamente a A 1 e IC 1, entre Lisboa e Porto, a Espanha e, consequentemente, ao resto da Europa. Junto de Aveiro, foi construída sobre os terrenos da ria e no seu limite urbano, quebrando assim uma relação física antiga entre as salinas e a cidade.

IP 5 — Aveiro. 20 de maio de 1996

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Rio Águeda

[pst 274] O rio Águeda nasce na serra do Caramulo. É um dos principais afluentes de Vouga. Passa bruscamente de um regime torrencial de montanha para a planície do litoral. Águeda encontra-se no local onde a velha estrada romana, que ligava Aeminium (Coimbra) a Cale (Gaia), atravessava o rio e onde continuou a passar a Estrada Coimbrã, depois transformada em Estrada Nacional nº 1. Uma via transversal secundária cruza também neste local o grande eixo norte-sul.

Rio Águeda — Águeda. 2 de junho de 1996


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Igreja de Nossa Senhora dos Anjos — Montemor-o-Velho

[pst 273] O antigo burgo de Montemor-o-Velho foi edificado num promontório que avança sobre as terras planas do vale do Mondego. O seu castelo foi uma importante praça de armas durante o processo de formação da nacionalidade e, durante a dinastia de Avis, uma das vilas mais opulentas de Portugal. A igreja de Nossa Senhora dos Anjos, embora simples de aspecto exterior alberga, no seu interior, um notável conjunto de túmulos e retábulos esculpidos em pedra de Ançã, peças de grande valor do Renascimento português.

Igreja de Nossa Senhora dos Anjos — Montemor-o-Velho.  14 de agosto de 1996

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Paço de Maiorca

[pst 272] Maiorca situa-se próximo da confluência da ribeira da Foja com o Mondego, numa elevação sobranceira a esta área de amplos arrozais e campos de lavoura de grande fertilidade. Foi sede de município até 1853. O palácio dos viscondes de Maiorca, ou Paço de Maiorca, construído no centro da vila, no século XVIII, de fachada assimétrica, ostenta uma arquitetura sóbria.

Paço de Maiorca — Maiorca. Figueira da Foz. 14 de agosto de 1996

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Palácio dos Comendadores — Ega

[pst 271] Ega foi fundada pelos templários e a sua importância no século XVI é comprovada por uma série de edifícios desse período. A igreja, o pelourinho e o palácio dos Comendadores ostentam o trabalho de pedra característico da arquitectura manuelina. O antigo castelo, de que não restam vestígios mas que aparece referido em documentos medievais, devia estar implantado no ponto mais elevado do local, onde posteriormente foi construído o palácio.

Palácio dos Comendadores — Ega. Condeixa-a-Nova. 24 de junho de 1996