terça-feira, 8 de agosto de 2017

A noite mais luminosa

[esporão 45] Era o fim da tarde, o Sol já tocava o horizonte nas extensas planuras do Alentejo. Lenta, a noite entrava, como quotidianamente a observamos. A Lua estava cheia, plena, o céu limpo e tudo parecia normal, mas, à medida que este satélite se ergue no espaço, começamos a aperceber-nos de uma invulgar escuridão iluminada. Não havia trevas, tudo era claro. Estávamos na noite de 14 de novembro de 2016. A órbita da Lua em torno da Terra atingia um ponto de rara proximidade. Era uma luz estranha, como se aquele mundo fosse agora um imenso palco de teatro onde um projetor era ligado para tocar a cena de irrealidade. Ou talvez como se entrasse no reino da edição digital da imagem manuseada num ecrã de computador. Realidade subtil. Estava na Herdade do Esporão e estas são algumas das fotografias colhidas nessa noite mais luminosa.

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 14 de novembro de 2016

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 14 de novembro de 2016

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 14 de novembro de 2016


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Arquitetura e design

[esporão 44] 30 de setembro de 2016. Regresso à vindima alentejana, às oliveiras e às novas obras, com os edifícios quase concluídos. A arquitetura, com desenho de Miguel Oliveira ou de Pedro Jervell que, como com o design de Eduardo Aires, reflete a sobriedade de um olhar, o diálogo de continuidade com a terra, como que o prolongamento dessas paisagens de acentuada horizontalidade. Não se procurou um objeto dissonante, afirmativo, que, de algum modo, pudesse agredir o lugar para afirmar o desejo de autoria de um arquiteto.

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 30 de setembro de 2016

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 30 de setembro de 2016


domingo, 6 de agosto de 2017

Caminhar, ler, interpretar

[esporão 43] Há sempre um objetivo para as fotografias, as vindimas, um ou outro aspeto da herdade alentejana ou da quinta do Douro que foi objeto de uma intervenção, um detalhe, um movimento. O desafio base e a proposta é, quase sempre, interpretar, fazer uma leitura pessoal, de deambular, de caminhar em liberdade.

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Integrar

[esporão 42] 27 de setembro de 2016. De novo a vindima duriense, vistas e detalhes da paisagem. O mundo familiar que se vai integrando, entranhando cada vez mais. Há uma mirada que se aprofunda, novas dimensões da terra que se vislumbram, novas relações topológicas, uma mais aprofundada ideia de liberdade.

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A cor da terra

[esporão 41] 27 de setembro de 2016. Fim do verão, tempo de vindimas. Olhamos ao redor e vemos uma predominância de campos cor de terra, intercalados com os murtórios durienses, ou com zonas de mato que nunca chegaram a ser plantadas. Mas o solo a nossos pés está coberto de uma vegetação rasteira, de ervas “daninhas” que conferem à terra uma matriz de  vida. As vinhas erguem-se da terra viva, como se de um jardim se tratasse. Um manto verde atravessado por linhas desenhadas de oliveiras. Quando navegamos no rio e olhamos ao redor, percebemos melhor esta paisagem de silêncio.

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 27 de setembro de 2016


quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Sondar, voar, apreender

[esporão 40] O conhecimento da terra é a perceção da sua dimensão ilimitada. Ler, sondar, voar, apreender dimensões menos conhecidas. Trabalhar a confluência de diferentes interpretações. E o Esporão é também este diálogo entre sensibilidades.

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ervas daninhas

[esporão 39] 26 de abril de 2016. Na Quinta dos Murças crescem ervas altas entre as linhas de vinha. Assume-se aqui a clarificação de um conceito de interferências múltiplas com a natureza. A vinha entre territórios naturais. Olhamos em volta e vemos terras secas, limpas de ervas “daninhas” e de insetos polenizadores, expostas à erosão das chuvas torrenciais, à perda de biomassa. Na Quinta dos Murças há uma continuidade entre o espaço cultivado pela vinha e as manchas de mato autóctone. Estas são como ilhas de vida, habitat de espécies que fomentarão o desenvolvimento mais saudável da vinha, que por sua vez terão expressão na qualidade das uvas.

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016

Quinta dos Murças, Covelinhas, Peso da Régua. 24 de setembro de 2016