quinta-feira, 21 de maio de 2020

Ermida

[pst 440] Para norte do Tejo, um povoamento pobre e disperso anuncia as terras do pinhal onde os homens, ou pouco se fixaram, ou não deixaram vestígios de sua presença.

439. Ermida (prox.). Sertã. 17 de janeiro de 1996

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Abegoaria

[pst 439] Ao grande interflúvio de areia que se estende entre o vale do Tejo e a ribeira de Sor, corresponde o espaço menos povoado de Portugal. Nos lugares distantes, mais afastados das poucas povoações, encontra-se um montado pouco cuidado. É o que se chamava antigamente a charneca. Árvores pontuam esta terra plana, de silêncio.

438. Abegoaria (prox.), Água Travessa. Abrantes. 31 de julho de 1996

terça-feira, 19 de maio de 2020

Barragem de Montargil

[pst 438] Muitas das barragens construídas a sul do Tejo integravam o desejo do regime do Estado Novo de transformar a agricultura de sequeiro, do Ribatejo e Alentejo, em regadio. Em Montargil ficou submersa uma veiga fértil.

437. Barragem de Montargil. Ponte de Sor. 1 de agosto de 1996

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Valada

[pst 437] A aldeia de Valada do Tejo desenvolve-se linearmente ao longo de um dique de contenção de cheias, que a separa do rio. O topónimo parece derivar de Balata, com o qual Idrisi designava a fértil planície aluvial do Ribatejo. Segundo Fernão Lopes, a corte do rei D. Pedro reuniu aqui diversas vezes. A igreja, de invocação de Nossa Senhora do Ó, foi concluída em 1528 e profundamente remodelada em 1901.

436. Valada. Cartaxo. 15 de janeiro de 1997

domingo, 17 de maio de 2020

Avis

[pst 436] O lugar, um cabeço então deserto próximo da confluência da ribeira de Avis com a ribeira de Seda, foi doado, por D. Afonso II, aos Freires de Évora, em 1211. Algum tempo depois, o mestre D. Fernando Enes inicia a construção de um mosteiro fortificado que vem a ser, em 1223, sede da nova Ordem de Avis. O vale do Sorraia, depois de dissipado o perigo muçulmano, passou a ser uma importante via de ligação entre Lisboa e Avis. Tanto pelas características do lugar como pela arquitectura, Avis anuncia já a terra alentejana.

435. Avis. 19 de março de 1996

sábado, 16 de maio de 2020

Castelo de Almourol

pst 435]  Abandonara Portugal para defender, com os exércitos de cruzados, os Santos Lugares. Quando regressou,  Gualdim Pais foi mestre da Ordem dos Templários. Ao lado de D. Afonso Henriques levou a cargo a conquista, o povoamento e a defesa do Reino, durante os séculos XII e XIII. Fundou vários castelos como o de Pombal, Tomar, Idanha, Monsanto e Almourol. Este último, construído numa ilha do Tejo, é um dos mais singulares edifícios da arquitectura militar portuguesa.

434. Castelo de Almourol. Vila Nova da Barquinha. 16 de agosto de 1995

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Salvaterra de Magos

[pst 434] Salvaterra de Magos foi terra de predilecção de Reis. Aqui existia uma muito bem recheada Coutada Real, um palácio sumptuoso com belos jardins e um teatro onde, entre 1765 e 1791, foram cantadas 22 óperas, pelas maiores figuras líricas da época. Em 1824 o marquês de Loulé é assassinado em circunstancias pouco claras e, pouco depois, um violento incêndio destrói, quase por completo, todo o conjunto arquitectónico, apenas ficando de pé a capela. A corte deslocava-se a Salvaterra por via fluvial, e desembarcava no cais aí existente.

433. Salvaterra de Magos. 12 de janeiro de 1996

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Sardoal

[pst 433] O Sardoal situa-se numa ligeira proeminência, já um pouco afastada do Tejo. Recebeu carta de foral da rainha Santa Isabel e D. João III eleva-a à categoria de vila, em 1532. A igreja de Sant' Tiago e S. Mateus, construída no século XVI, coroa o povoado. No mesmo século abrigou uma interessante escola de pintura.

432. Sardoal. 17 de janeiro de 1996

terça-feira, 12 de maio de 2020

Alcanede

[pst 432] Os primeiros tempos de presença humana no lugar, situado na zona de transição com a Estremadura, perdem-se no tempo. Alcanede já existia quando se deu a Reconquista, quando o castelo passou para as mãos dos cristãos antes de ser entregue por Sancho I à ordem de Avis. Um terramoto, em 1531, deixou raso o castelo. Só em 1954, pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, é de novo reconstruído.

431. Alcanede. Santarém. 30 de julho de 1996

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Abrantes

[pst 431] A cidade de Abrantes ocupa uma posição central no coração de Portugal. Está implantada numa elevação sobranceira ao Tejo, de onde se avistam serranias distantes como a de Aire, da Gardunha ou de Marvão. Nesta área confluem três Regiões: o Ribatejo, a Beira Baixa e o Alto Alentejo. Do casario rasteiro ergue-se a igreja de S. Vicente, terminada, com uma torre incompleta, em 1605; a sua fundação é atribuída a D. Afonso Henriques, mas não há vestígios do templo primitivo.

430. Abrantes. 31 de julho de 1996

domingo, 10 de maio de 2020

Torres Novas

[pst 430] Em Torres Novas realizaram-se três Cortes. As primeiras tiveram como único fim a celebração do contrato de casamento entre a infanta D. Beatriz, de Portugal, e D. Henrique, infante de Castela. As segundas são realizadas com o intuito de resolver um delicado problema político: o da regência do Reino. O rei D. Duarte morrera a 9 de Setembro de 1438 e o seu sucessor, D. Afonso V, contava então seis anos de idade. As terceiras estavam marcadas para Tomar, mas a peste grassava na cidade e estas acabam por se realizar em Torres Novas onde, em 1525, foi assinado o contrato de casamento de D. Isabel e Carlos V.

429. Torres Novas. 30 de julho de 1996

sábado, 9 de maio de 2020

Vila Chã de Ourique

[pst 429] A batalha de Ourique constitui um dos marcos mais significativos da formação de Portugal como Nação. Afonso Henriques, com um exército bem organizado, avança pelas terras dos Mouros e consegue uma estrondosa vitória. Foi em 1139 mas o "(...) que se passou exactamente ninguém sabe, porque esta batalha foi descrita pelos monges de Santa Cruz e por outros autores em termos tão fantasiosos que se transformou em lenda. (...) Hoje não é possível dizer com segurança quantos eram os inimigos nem sequer onde se deu a batalha. Perto de Leiria? No Ribatejo? No Baixo Alentejo? Em cada uma destas zonas há povoações com o nome de Ourique e todas reivindicam a batalha para si". (José Mattoso, Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada — Os Primeiros Reis, História de Portugal).

428. Vila Chã de Ourique. Cartaxo. 15 de janeiro de 1997

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Central termoeléctrica do Pego

[pst 428] A central termoeléctrica do Pego, situa-se a montante do Ribatejo, próximo da sua área mais industrializada e numa posição central em relação ao conjunto do País. A abundância de água e um terreno adequado terá motivado a escolha da implantação do complexo produtor de energia eléctrica junto ao Tejo.

427. Central termoeléctrica do Pego. Abrantes. 31 de julho de 1996

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Entroncamento

[pst 427] O Entroncamento é um centro urbano recente. Localiza-se próximo do centro geográfico de Portugal e no lugar onde se articulam as principais vias férreas do País. Este facto terá dado origem à construção do grande complexo ferroviário que levou à fixação dos funcionários da C.P.. Em 1926 foi criada uma freguesia nova no lugar. Em 1932 é elevada a vila e em 1991 a cidade.

426. Entroncamento. 30 de janeiro de 1996

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Barragem de Cabril

[pst 426] Nasce na serra da Estrela e recolhe na sua bacia hidrográfica águas de diversas serranias. Este facto torna o Zêzere um rio temido e perigoso, pois é ele que provoca as mais inesperadas subidas do nível das águas no Ribatejo. No seu vale foram construídas as primeiras grandes barragens do país, destinadas a alimentar de energia a indústrias da região de Lisboa. Hoje o seu papel príncipal é armazenar largas reservas de água de boa qualidade.

425. Barragem de Cabril. Sertã. 19 de janeiro de 1996

terça-feira, 5 de maio de 2020

Ponte ferroviária sobre o Tejo — Abrantes

[pst 425] A linha férrea vinda do Entroncamento pela margem direita do Tejo, atravessa o rio perto da confluência com o Zêzere e, ao chegar ao Rossio ao Sul do Tejo, subdivide-se. Um dos troços segue para o Alto Alentejo, em direcção a Espanha. O outro, com designação de linha da Beira Baixa, atravessa de novo o rio, em ponte metálica de 442 metros de comprimento, e segue pela sua margem direita até Vila Velha de Rodão. Daí continua até à Guarda, com passagem por Castelo Branco.

424. Ponte ferroviária sobre o Tejo — Abrantes. 17 de agosto de 1995

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Ponte ferroviária — Setil

[pst 424] Encontram-se em fase de conclusão as obras que irão permitir, finalmente, a travessia por comboio do Tejo vestibular. Até hoje era através da estação fluvial do Barreiro que se fazia, na prática, a ligação, para passageiros, dos caminhos de ferro do Norte e do Sul do País. Com efeito foi preciso bastante tempo para ultrapassar para montante o Ribatejo, para ver duas pontes ferroviárias atravessar o Tejo, na região de Abrantes. Apenas a ponte de Setil, construída em 1904 permitia a ligação a juzante de Santarém. Mas este ramal de via única nunca teve muita actividade. Os aterros necessários para a sua construção prejudicaram bastante o escoamento das cheias do Tejo.

423. Ponte ferroviária — Setil. Cartaxo. 10 de agosto de 1995

domingo, 3 de maio de 2020

Aqueduto do Alviela

[pst 423] À medida que a cidade de Lisboa crescia, as necessidades de água, para consumo doméstico, aumentavam. Havia a necessidade de a ir procurar onde ela se encontrasse. O aqueduto do Alviela, entre os Olhos de Água, onde tem origem, e a Central Elevatória dos Barbadinhos, percorre uma distância de 114 km. Os trabalhos começaram em 1871  e foram concluídos em 1880. É visível em diversos troços da paisagem ribatejana.

422. Aqueduto do Alviela, Póvoa de Santarém. Santarém. 30 de julho de 1996

sábado, 2 de maio de 2020

Manique do Intendente

[pst 422] Era objectivo do intendente Diogo de Pina Manique criar uma grande povoação neoclássica que fosse sede de concelho. Morreu antes de concluída a obra. Ficou uma praça de desenho regular, o pelourinho, a casa da Câmara e uma igreja inacabada. Ficou um dos mais extraordinários espaços da geografia urbana do Ribatejo.

421. Manique do Intendente. Azambuja. 13 de janeiro de 1997



sexta-feira, 1 de maio de 2020

Coruche

[pst 421] Como em Coruche, e em muitos povoados ribatejanos, a praça de touros constitui um lugar polarizador do terreiro da feira. Miguel Torga, em Portugal, escrevia: "O Ribatejo deve ser visto das Portas do Sol de Santarém, num dia de cheia, ou das bancadas de uma praça de touros, numa tarde de verão. Num dia de cheia, porque o Tejo hipertrofiado marca-lhe exactamente a extensão e os contornos que a geografia nunca encontrou; numa tarde de toiros, porque é no redondel que se precisa a sua íntima significação".

420. Praça de Touros — Coruche. 1 de agosto de 1996