domingo, 1 de agosto de 2021

Banalização da imagem fotográfica

[Suzanne Daveau 13] As questões relacionadas com a tecnologia associada à fotografia poderiam ser irrelevantes, mas elas transportam consigo alterações conceptuais, na forma como registamos, como observamos a realidade. A ideia de um meio de registo estável, é substituída pela vertigem das transformações sucessivas e imparáveis. Quando os telemóveis passam a integrar uma câmara fotográfica, esta técnica passa a ser acessível a qualquer pessoa, e a sua utilização já não depende de qualquer conhecimento técnico. Paralelamente a esta democratização no uso da fotografia, surgem as redes sociais na Internet. As fotografias vão ser publicadas imediatamente após a sua captura, por um número cada vez maior de pessoas. Paradigmaticamente esta partilha planetária de imagens parece reduzir substancialmente o imaginário das imagens realizadas. Passam a dominar os autorretratos, entretanto designados por “selfies”, os pratos e as bebidas, os filhos, os poucos lugares do quotidiano de cada pessoa, um ou outro pôr do sol, banalidades turísticas que possam confirmar a presença de alguém num lugar de massas.

França, 1949. (fotografia de Suzanne Daveau)

 

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