[arquivo cidade 043] Antes de partir daquelas paisagens da Lisga procuramos Garalhós, uma pequena aldeia de Oleiros a cerca de duzentos metros do limite do concelho de Castelo Branco. Percorremos estradas que serpenteiam entre pinhais, em horizontes ocultos. Seguimos uma indicação para virar à esquerda. Entramos num estradão. Chegamos ao ponto mais elevado da pequena aldeia. Completamente abandonada. O lugar não é habitado por quem quer que seja em permanência. O último habitante da aldeia morrera em 1984 e nesse momento já não se encontrava em Garalhós. Em 2003 um incêndio florestal destruiu completamente o que então restava da povoação. Uma parte das casas está hoje recuperada. É como se uma força poderosa lutasse com tenacidade contra o desaparecimento de um lugar. Esta é uma imagem possível deste mundo, a recusa do fim, o apelo da terra, como se na sabedoria do diálogo com a natureza estivesse a única chave possível para o entendimento da vida, a sobrevivência da luta tranquila pela permanência, a compreensão dos gestos que nos ergueram humanos ao longo de centenas de milhares de anos.
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Garalhós, Oleiros, Castelo Branco. 2016 |
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Garalhós, Oleiros, Castelo Branco. 2016 |
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