Fotografar um território vasto. Procurar em Portugal as raízes de uma identidade coletiva que se perde num tempo longo. Construir um arquivo fotográfico. Reinventar uma paisagem humana, uma ideia de arquitetura, uma cidade nova.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Corte
[ler, fazer, caminhar 05] Já com o trabalho parcialmente feito, com muitas peças de cartão cortadas, regresso a Lisboa, para a montagem das molduras que terão 1,10x1,50 metros. Faço a viagem de Expresso, chego à noite a Sete Rios e preparo-me para apanhar um comboio para o Monte Abraão, onde mantenho um apartamento perto da casa de meus pais, onde passei a minha infância e juventude. Há um comboio anunciado para breve. Em devaneios breves penso na educação da mão, lembro-me de palavras de Pedro Morais, numa altura em que fui falar do meu trabalho com os seus alunos, na escola António Arroio. As manufaturas obrigam a um treino específico que pode levar décadas. Depois há os riscos que se correm entre orçamentos, o tempo disponível e algumas eventuais falhas de planeamento. Uma breve desconcentração dá muitas vezes num erro, uma peça que é colada ao contrário, um canto que é mal cortado, um remate de papel que não recebe a dobra correta. O comboio não aparece. À espera na estação, decido diminuir a espessura das molduras. Conseguirei assim uma muito maior estabilidade do objeto. Há greve dos maquinistas da CP às horas extraordinárias.
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