terça-feira, 3 de abril de 2012

Abstração


[A Construção da Fuga #10] Como fuga esta é uma construção pensada, estudada com morosidade, na demora de todos os pormenores. Mas estes pormenores são um mundo que sucessivamente se adensa, que vai ganhando uma progressiva dispersão, desvio em relação ao ponto de partida. E é este, talvez, o maior sentido da fuga e aquilo que a prende ao próprio significado da construção de um atlas. O atlas reúne um conjunto de mapas, de itinerários, de fazeres, que definem esse caminho de fuga. Mas esta fuga é uma explosão, fragmentação de uma realidade que se vai tornando cada vez mais complexa à medida que nos afastamos de uma origem, sendo que essa referência é algo que procuramos no decurso desta viagem. Esta é uma viagem humana. É um movimento de risco. Risco como projeto sobre uma superfície lisa e branca. Risco porque o seu sentido é evidentemente questionável, corresponde a uma visão de elevada abstração.

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