sábado, 12 de novembro de 2011

Bosque de Sombras Perfumadas (4/8)

Casa de Orlando Ribeiro, em Vale de Lobos. 1997


A obra de Orlando Ribeiro surge como um ponto de luz num oceano de escuridão. Há momentos em que um mundo, aparentemente desconexo, ganha uma coerência maior na reunião clarividente de diversos saberes dispersos e fragmentados. O olhar de Orlando Ribeiro encerrou a tranquilidade de uma paisagem estável, antes de um tremor de terra. A sua escrita ficou como uma fotografia de um mundo que se transformará num tempo breve. No seu olhar sobre Portugal, há a pureza e a genuinidade de uma ideia simples. Depois da sua leitura fica-nos o contentamento de um mundo que apreendemos, fica a sedução de uma linguagem de forte poder comunicativo, uma prosa que se solta do espartilho de um discurso científico. Tal como os seus desenhos, onde a ausência do detalhe fotográfico nos transporta para um tempo secular, também a sua interpretação sobre Portugal ficará como a síntese de dois mundos: o Mediterrâneo e o Atlântico. O pensamento de Orlando Ribeiro acrescenta sentido, clarifica e representa uma sólida pedra no edifício do conhecimento de Portugal. (continua)

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