sábado, 5 de março de 2016

Descrever, interpretar

[permanecer inexistente_10] Num discurso fotográfico documental, mesmo num território em que fronteiras, classificações, entre linguagens descritivas e interpretativas deixam de fazer sentido, estes pontos acabam por representar um limite de possibilidade. Esse limite prende-se com a representação do ser, com os limites da linguagem, da capacidade de comunicar, espaço entre o ensurdecedor ruído e o silêncio do cosmos. O documentalismo assume a forma perfeita de arte maior, ao captar o impalpável, ao levar à experiência da vertigem do tempo como espaço infinito, a sensação plena de estarmos integrados numa cosmogonia onde a vida se revela, então, no seu absurdo, na loucura que é a consciência, nesse despertar da angústia e do medo, longe das constâncias cósmicas reveladas em fórmulas matemáticas, os movimentos celestes, as explosões incomensuráveis, os buracos negros.


C7.J - Cova do Coelho, Cascais - 38º43’29.29”N / 9º19’33.80”W - 12.12.2013_12:24

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