sábado, 9 de janeiro de 2016

Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia, nº100

[tinta e pó_01] O nº 100 da Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia, foi lançado no passado dia 7 de janeiro. Esta edição marca igualmente os 50 anos de existência da publicação. Fui convidado a colaborar neste número, com um texto sobre espaço. É esse texto que a seguir transcrevo.
O trabalho a partir do qual se parte para estas palavras é de natureza fotográfica, num limbo entre o documental e o interpretativo, ou artístico. Essa fronteira pode ser, aliás, muito ténue. No entanto há alguns princípios documentais que se prendem com uma certa ânsia de cobrir um extenso território, todo o espaço português. No registo há duas faces, não podendo deixar de fugir a uma estetização do visível - é um apelo irresistível, talvez um convite ontológico. Este texto é uma reflexão sobre a prática da fotografia de paisagem, território, espaço. Cerca de 30 anos de recolhas fotográficas, mais de 1.200.000 de imagens feitas, 500.000 quilómetros percorridos em território português. Um número crescente de imagens dá origem a um arquivo vasto que se transforma numa entidade viva a partir do qual se estabelecem leituras renovadas, de revisitação, dos lugares fotografados no passado. A complexa teia de relações entre a realidade espacial e a sua representação pela fotografia, procura, mais tarde, formas de materialização do pensamento em diversos suportes, em projetos expositivos e editoriais.


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