segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Monte Clérigo

[pst 053] Cresciam clandestinamente e ninguém, de início, se preocupava muito com elas. No entanto, foram alastrando rapidamente e hoje não podem ser ignoradas. Mudaram de forma irreversível a fisionomia do espaço habitado. Criticava-se-lhes a implantação desapropriada e o desenho desenraizado dos modelos tradicionais. Eram tidas como gestos arrogantes para exibir uma ascensão social rápida. Hoje, na crise vigente dos modelos arquitetónicos e do urbanismo, num espaço em que a arquitetura paisagista ainda não ocupa o papel que lhe é devido, teremos de olhar o fenómeno da casa, dita de emigrante, sob um ponto de vista diferente. Representa a concretização de um sonho, num franco exercício de liberdade, liberto também, é certo, de uma tradição cultural.
52. Monte Clérigo. Aljezur. 27 de abril de 1996.

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