segunda-feira, 23 de julho de 2012

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Vila Nova de Foz Côa, a partir do alto de São Gabriel. 1996

Vale do Côa, regresso [06]. Vila Nova de Foz Côa vivia num certo marasmo, como acontece em muitas povoações do interior de Portugal, em que se vem assistindo a uma perda continuada de população desde o início do século XX. Em 1994 era iniciada a construção de uma barragem de grandes dimensões, junto à foz do rio Côa. Alguns meses mais tarde é divulgado um achado arqueológico que ficaria submerso se a barragem fosse edificada. É iniciado um aceso debate entre os defensores da barragem e aqueles que pugnam pela preservação do património arqueológico e cultural do vale. Já se havia realizado um avultado investimento nas infra-estruturas para a construção da barragem. Quando foi interrompida a obra, já o grande rasgo que iria receber o paredão de betão da barragem, estava aberto, pronto a receber as primeiras betonagens. Mas foi isso que aconteceu, a obra parou. Durante meses ainda permaneceram no local todas as estruturas prontas para a retoma dos trabalhos. Mas estes não vieram a acontecer. Em agosto de 1996 é criado o Parque Arqueológico do Vale Côa. No ano seguinte a arte do Côa é classificada como monumento nacional. O conjunto das gravuras viria mais tarde, em 1998, a ser classificado como património da humanidade, pela UNESCO.

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