[Lugares livres 10] Há trabalhos monográficos, sobre localidades, que são verdadeiramente inspiradores, como seja, Vilarinho das Furnas - Uma Aldeia Comunitária (1948) ou Rio de Onor - Comunitarismo Agro-Pastoril (1953), ambos de um precursor da antropologia portuguesa, Jorge Dias, Monsanto - Etnografia e Linguagem (1961), de Maria Leonor Carvalhão Buescu ou Pitões das Júnias - Esboço de Monografia Etnográfica (1981), de Manuel Viegas Guerreiro, ou outros mais recentes, a abarcar áreas geográficas mais vastas, como O Gerês: de Bouro a Barroso - Singularidades Patrimoniais e dinâmicas territoriais (2011), de Rosa Fernanda Moreira da Silva. Esta proposta editorial segue um caminho diferente. Mesmo tendo como referência Viseu Monumental e Artístico (1949), de Alexandre Lucena e Vale, não pude deixar de seguir outra direção. A internet, os smartphones, de algum modo, abrem um campo de liberdade para o desenho de diferentes artefactos de comunicação. Com mais de 115.000 fotografias feitas, em mais de 27 anos de recolhas fotográficas, Viseu é a área geográfica mais exaustivamente coberta num arquivo fotográfico pessoal de mais de 2.050.000 de imagens. As possibilidades de conceção de um livro são praticamente ilimitadas. Seguimos uma viagem no tempo, que é uma viagem no espaço. Não propomos um roteiro turístico mas uma deriva por uma terra fascinante. Numa altura em que a Inteligência Artificial parece ameaçar toda a criatividade humana, procurámos, justamente pôr em diálogo fotografias com uma experiência já longa de navegação terrestre pelo espaço português.
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