[arquivo cidade 041] Hoje, Portugal tem uma rede de estradas qualificada. As auto estradas parecem-se com os componentes de um computador onde a informação circula a velocidades luminosas. Uma imagem relativamente homogénea e equilibrada, no jogo de forças entre o povoamento humano e a natureza, mostrou-nos, no passado, um país onde a arquitetura popular era a face dessa realidade aparentemente eterna. Atualmente lemos um país com enormes cicatrizes deixadas no solo, a par de construções recentes, do desejo de povoar, de desenhar. A arquitetura popular foi abandonada. A Lisga é um lugar que se sente afastado, mas que acaba por estar em ligação com tudo. As estradas são hoje linhas de fuga e de aproximação, de visitas breves, serpentes, muito mais do que artérias de vida entre comunidades vizinhas ou afastadas. São os territórios onde nunca estamos, que se escondem em recantos insuspeitos.
![]() |
Lisga, prox. Sarzedas, Castelo Branco. 2016 |
Sem comentários:
Enviar um comentário