[viseu 05] A cidade de Viseu domina um vasto território. São as paisagens fascinantes de uma “geografia” dura, de solos trabalhados ao longo das gerações que na terra procuraram o sustento e o desejo de permanência. Há espaços de natureza que desafiam a vulgaridade, que o dealbar de humanidade e de uma capacidade de interpretação, primeiros passos de linguagem, poderão ter interpretado como sagrados, obra de deuses, de entidades celestes ou telúricas que nos poderiam conferir proteção num mundo de incontáveis perigos. Talvez as primeiras sociedades do neolítico se estruturassem em torno destes pontos que se definiam como descontinuidades nas paisagens percorridas na procura de terras sempre melhores, mais prósperas.
Estas fotografias são feitas em torno desse mais sólido chão de Viseu, no ano de 1996. São imagens colhidas no âmbito do projeto Portugal - O Sabor da Terra, comissariado pelo Pavilhão de Portugal na Expo’98, com Simonetta Luz Afonso, e posteriormente editado em parceria com o Círculo de Leitores. A obra tem texto de José Mattoso e Suzanne Daveau, e ainda o apoio de diversos colaboradores. Esta exposição é, também, uma revisitação do espírito do conjunto dessas 14 exposições simultâneas que na altura foram mostradas em 14 espaços diferentes por todo o país, com exclusão das ilhas atlânticas. Uma dos conjuntos de fotografias, relativos à Beira Alta, foi mostrado bem perto deste Museu Almeida Moreira, no Museu Grão Vasco.
Sem comentários:
Enviar um comentário