terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ondas reflexas

Serra do Gerês. 2012

[Gerês 52] Este, como afirmado no texto "desenhar caminhos" (Gerês 13 - 27 de setembro de 2012), não foi o relato de uma viagem ou a descrição de um itinerário percorrido, foram as ondas reflexas de pensamento, na ambiguidade entre o visível e um universo imaginário. Há um mundo material sobre o qual repousa o nosso olhar, objeto de descodificação humana, e há uma estranha virtualidade, ou um infindável deambular pelos pensamentos que geram pensamentos que, em momentos breves, emergem à superfície de um caos de alietoriedade, momento em que podem ser fixados em palavra. É a procura da lucidez, a clareza de um conceito espacio-temporal, a verdade talvez, uma vivência interior e a tentativa de descodificação dos lugares atravessados. A fotografia é a expressão mais pura e intuitiva de uma relação com a paisagem e esta escrita tenta perceber as imagens depois do tempo da sua captura, num mergulhar cada vez mais fundo nos passos que se deram, num passado colado a este presente, mas com uma duração por vezes de várias décadas. A fotografia é uma forma de expressão de pensamento, mas estas palavras querem com ela estabelecer uma relação de complexidade, um novelo operativo que condiciona os dois fazeres no decurso do tempo.
Serra do Gerês. 2012

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